Televisão, uma vilã na sociedade contemporânea: um estudo sobre modos de ver (a) TV de pessoas pertencentes a camadas médias

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social.Este é um trabalho que procura refletir sobre o significado social da televisão na sociedade contemporânea, a partir de estudos de etnografia de audiência com pessoas pertencentes a camadas médias de Ijuí, interior do Rio Grande do Sul, procurando compreender os modos como vêem (a) TV # ver TV e ver a TV no seu significado social. O modo como os entrevistados vêem (a) TV - através da negação de que a vêem; através de categorias como assistir, passar, ouvir, escutar, ver, olhar...e através de uma crítica social que supõe que outros grupos não possuem cultura para vê-la de modo crítico - é aproximado do modo como alguns intelectuais analisam a cultura brasileira, e busco nesta aproximação as conexões entre um saber popular e um saber erudito, considerados ambos válidos e relacionados. Através dessa aproximação, procuro demonstrar que o imaginário sobre a TV como vilã dos problemas sociais contemporâneos extrapola o grupo de Ijuí e está presente em muitas esferas de nossa vida social. A comunidade de sentido na qual se ingressa quando se emite certo tipo de crítica à televisão parece estar definindo um novo tipo de pertencimento, mais fluido, mas que garante ainda algum acordo. Parece que não é em torno da TV que as pessoas se reúnem hoje: um certo modo de ver a TV é que parece ser compartilhado, mostrando que ainda existe a busca da possibilidade de algum consenso na sociedade contemporânea