A via crucis do corpus ou a grande aventura do espírito: uma encomenda para Clarice Lispector

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Literatura.Este trabalho, A via crucis do corpus ou a grande aventura do espírito - uma encomenda para Clarice Lispector, volta sob a coordenada de conceitos filosóficos de Deleuze-Guattari. Ainda no movimento, retoma junto ao corpus clariceano a figura feminina. Para tanto, em análise, três distintas produções, sob o caráter da encomenda: as matérias de imprensa jornalística Jornal do Brasil (1967-73) e as nomeadas Páginas Femininas (1959-61), e de empresa editorial, a coletânea de textos, A Via crucis do corpo (1974), reenviando ao todo da obra. A análise, ao recair sobre a marca da assinatura, faz perceber um jogo de máscaras firmado não só em relação ao mercado editorial, senão a toda uma economia da escritura. No qual, as figuras da prostituta, do travesti, do bobo, contracenam com a figura de 'si mesmo', com isso, proliferando novos personagens. O pseudônimo se mostra vital instrumento para compreender a crítica clariceana. Contra o registro biográfico, a cosmetologia clariceana absorve o alto e o baixo, o eu e o outro, o literário e o jornalístico, na diferença do corpo fisiológico, um corpo erótico andrógino se constitui, numa busca ontológica do conhecimento, da ordem do espírito. This study, The Via Crucis of the Corpus or the Great adventure of the Spirit - commissioned to Clarice Lispector returns under the philosophical concepts of Deleuze-Guattari, as it retrieves the feminine figure, along with the corpus. In so doing, it analyzes three distinct productions, under commission: the journalistic written in Jornal do Brasil (1967-73), the so-called Feminine Pages (1959-61) and the editorial press, the collectanea The Via Crucis of the Body (1974) , all of them re-sent to the work as a whole. The analysis falls back on the signature mark while showing a masquerade, which is posed not only in relation to the editorial market but as far as a whole economy of écriture goes. In it, the figures of the prostitute, the transvestite and the fool represent along with the figure of "oneself" which accounts for a proliferation of new characters, the pseudonym emerging as a vital instrument in Clarice Lispector's criticism. Clarice's cosmetology absorbs the high and the low, the "self" and the "other" , the literary and the journalistic, in the difference of a physiological body. There, in an ontological search for knowledge, an androgynous erotic body from a spiritual order is constituted