Evolução motora e funcional de doentes com AVC nos primeiros 3 meses após a alta-hospitalar

Monografia apresentada à Universidade Fernando Pessoa para obtenção do grau Licenciada em FisioterapiaIntrodução: Tem sido observado, a nível mundial, que à medida que a população envelhece a incidência do AVC também aumenta. Cerca de um terço dos doentes seis meses após ter sofrido um AVC continua dependente de terceiros nas actividades da vida diária (Kelley, 2007). Quanto a Portugal os AVC's ocupam o primeiro lugar como causa de morte e de incapacidade nos idosos, atingindo cada vez mais grupos etários mais baixos (Baixinho, 2007). Após um AVC, o grau de incapacidade com que uma pessoa fica obriga a um programa de reabilitação motor, linguístico, respiratório, treino de actividades da vida diária e apoio psicológico e social. Para se obter resultados positivos, o tratamento deverá ser precoce, intensivo e repetitivo (Baixinho e Amaral, 2007). Objectivo: Avaliar a recuperação motora e a capacidade funcional em doentes com AVC no momento da alta hospitalar e 3 meses após a mesma. Métodos: Este estudo foi realizado no Hospital de Santo André — Leiria (momento da alta hospitalar), no domicílio e instituições prestadores de cuidados (3 meses após a alta hospitalar). Para avaliação da recuperação motora foi aplicada a escala de avaliação Stroke Rehabilitation Assessment of Movement e para avaliação da independência funcional foi utilizado o índice de Barthel Modificado, a 30 doentes com idades compreendidas entre os 48 e 89 anos, com diagnóstico de primeiro AVC. Resultados: os resultados obtidos na nossa amostra vão no sentido de uma correlação positiva entre as variáveis "independência funcional" e "recuperação motora". Deste modo, quanto maior for o índice independência funcional dos doentes, maior é o índice de recuperação motora (p=.000). Doentes com hemiparésia esquerda têm índices de independência funcional superiores aos com hemiparésia direita. Contudo, não verificamos diferenças entre as variáveis independência funcional e recuperação motora em função do género e da idade. Conclusão: Houve um aumento significativo na melhoria da independência funcional e na melhoria da capacidade motora nos indivíduos da nossa amostra nos 3 meses após a alta hospitalar. Verificou-se ainda que o aumento da independência funcional dos doentes está fortemente relacionada com o lado da lesão.Introduction: It has been noticed, worldwide, that, as population grows older, the incidence of stroke also increases. About a third of the patients, six months after having a stroke, are still dependent on others, concerning their daily routine activities (Kelley, 2007). In Portugal, strokes are the first cause of death and incapacity in older people, increasingly affecting the younger (Baixinho, 2007). After a stroke, the level of incapacity of the patient forces that person to a program of motor, linguistic and breathing rehabilitation, a daily routine activities' practice and psychological and social support. In order to achieve positive results, the treatment should be done early, intensively and repetitively ( Baixinho and Amaral, 2007). Aim: To evaluate the motor recovery and the functional capacity in patients that had a stroke, at the discharge from hospital and in the following three months after it. Methods: This study has been done at Santo Andre's Hospital — Leiria (at the discharge from hospital), at the patients' homes and in daily care institutions (three months after the discharge). For the assessment of the motor recovery it has been applied the evaluation's scale Stroke Rehabilitation Assessment of Movement and for the assessment of the functional independence it has been used the Modified Barthel 's Rating, to 30 patients aged 48 to 89, with a diagnosis of a first stroke. Results: The results in this sample intend to show a positive correlation between the "functional independence" and "motor recovery". Thereby, the higher the patients' functional independence rating is, the higher the motor recovery's rating is too (p=.000). Patients with a left hemiparesis have higher functional independence rating than those with a right hemiparesis. However, no differences between the functional independence and motor recovery, concerning gender nor age, have been found. Conclusion: There has been a significant increase in the improvement of the functional independence and motor capacity in this sample's individuals in the three months after the stroke. It has also been noticed that the patients' functional independence is strongly connected with the injury's side.N/