Ensino universitário do jornalismo: de anelo confesso outrora a alvo de objurgação hodiernamente

No que à formação do jornalista concerne, duas teses, de relativa irreconciliabilidade continuam a fazer o seu percurso: uma, que, pondo a tónica na sua idiossincrasia, assevera nascer o jornalista já feito; outra, nos antípodas desta, assegura que ele se faz. Qual, então, a função das escolas de jornalismo? Nelas reside, em ambos os casos, a solução. Para os prosélitos da primeira, aprimorando o dom ingénito; para os partidários da segunda, contribuindo para a formação profissional dos que não nascem imbuídos desta mercê. Teses que, no entanto, estão, cada vez mais, a dar lugar a forte contestação da qualidade do ensino ministrado que, segundo muitos profissionais do meio (e não só), não prepara adequadamente os candidatos ao métier. There are two (apparently diametrically opposite) theses underlying the issue of journalistic formation: the first stresses its idiosyncratic nature and claims journalistic qualities are innate; the other states that those qualities are learnt. Hence, what is the function of journalism schools? In both cases, they appear as the solution: for the supporters of the former thesis, they will improve innate gifts; for the supporters of the latter, they contribute to the professional training of those who are not born with those qualities. These theses, however, are being challenged on the grounds of lack of quality in those schools’ teaching standards, which, according to many professional journalists (among other members of the public) fail in providing adequate preparation for aspiring journalists