Utilização de efluentes térmicos industriais no aquecimento de estufas: contribuição para um agricultura sustentável na Serra da Arrábida

Os efluentes térmicos não são um problema de hoje. Cerca de 60% da produção final de energia eléctrica em Portugal, é produzida por centrais termoelétricas as quais são responsáveis pelo lançamento no meio aquático de cerca de 300.000 m³ h⁻¹ de efluentes térmicos de que resulta o aquecimento desse meio. Este tipo de efluente, caracterizado por uma temperatura relativamente baixa, se não tem aplicação na maior parte dos processos industriais, pode no entanto, ser um útil contributo no melhoramento das condições ambienetais da cultura em estufa. Contudo, foi em primeiro lugar o aumento do preço dos produtos petrolíferos nos anos setenta, posteriormente as preocupações ambientais dos anos oitenta e mais recentemente a necessária e inadiável integração dos três vectores do desenvolvimento sustentável nas actividades produtivas que transformam a utilização destas calorias, como fonte energética alternativa numa porioridade. O trabalho descreve a plataforma experimental do projecto "Valorização de Efluentes Térmicos em Agricultura Protegida - produção de plantas mediterrânicas" que utiliza parte dos efluentes térmicos da central termoelétrica de Setúbal, no condicionamneto ambienetal de estufas destinadas à produção de plantas autóctones da Serra da Arrábida. Estas plantas com características mediterrânicas são o elo de ligação entre um output desperdiçado da produção de energia (efluente térmico) e a recuperação de zonas degradadas do Parque Natural da Arrábida por forma a propiciar mais bem estar socia