Atividade antileishmania de adutos de Morita–Baylis–Hillman em Leishmania amazonensis

Leishmaniasis is a group of infectious parasitic diseases caused by digenetic protozoa of the genus Leishmania, transmitted by hematophagous females of Phlebotomus sandflies in the Old World and Lutzomyia in the New World. Leishmaniasis belongs to the group of neglected tropical diseases, in which research institutes in developed countries , as well as pharmaceutical companies, do not see them as a priority and threat to their populations. Worldwide estimat es indicate a prevalence of 700,000 to 1 million new cases reported annually and a death rate of 26,000 to 65,000 per year. The clinical manifestations of leishmaniasis can be divided into: Cutaneous leishmaniasis, which causes ulcerative lesions leaving lifelong scars and severe social stigma; Mucocutaneous leishmaniasis, which causes disfiguring and destructive mucosal lesions; and Visceral leishmaniasis, which affects the internal organs, the most severe and lethal clinical form if not treated. Current therapies have limitations due to emerging resistance, high toxicity, difficult administration, presence of various adverse effects, low efficiency and high cost, making them unsatisfactory. It is necessary to find new and more effective drugs against the parasite, that have low toxicity to the host and that are accessible to the low -income population. In this context, this work aimed to investigate the in silico and in vitro leishmanicidal activity of compounds generated by the Morita –Baylis–Hillman reaction against the promastigote stage of Leishmania amazonensis. Eight compounds were evaluated in this study, four Morita–Baylis–Hillman adducts, three of their precursors and one intermediate. In silico tests showed that the compounds have numerous bioactivit ies, a good theoretical oral bioavailability, and although they present a risk of irritant effects, most of them do not present mutagenic, tumorigenic effects nor damage to the reproductive system, which suggests that the compounds studied are very promising for the treatment of L. amazonensis. Cell density quantification assays were performed by MTT and Neubauer chamber quantification methods for the analysis of IC50, the cytotoxicity of the compounds was evaluated by hemolytic activity of human erythrocytes. All compounds studied showed in vitro antipromastigote activity with IC50 ranging from 3.602 µg/mL to 16.305 µg/mL, with ADUACRo, ACROO2C and ADUNO2Co standing out. None of the compounds showed red cell cytotoxicity at the highest concentration tested (400 µg/mL). Thus, these results suggest that the studied compounds are promising drug candidates for leishmaniasis therapy.As leishmanioses são um grupo de doenças infecto-parasitárias causadas por protozoários heteróxenos do gênero Leishmania, transmitidas por fêmeas hematófagas de flebotomíneos dos gêneros Phlebotomus no Velho Mundo e Lutzomyia no Novo Mundo. A leishmaniose pertence ao grupo das doenças tropicais negligenciadas, em que institutos de pesquisa de países desenvolvidos, bem como empresas farmacêuticas não as veem como prioridade e ameaça às suas próprias populações. Estimativas mundiais indicam uma prevalência de 700 mil a 1 milhão de novos casos relatados anualmente e com uma taxa de morte de 26 mil a 65 mil por ano. As manifestações clínicas das leishmanioses podem ser divididas em: Leishmaniose cutânea, que causa lesões ulcerosas deixando cicatrizes ao longo da vida e estigma social grave; Leishmaniose mucocutânea, que gera lesões desfigurantes e destrutivas nas mucosas; e Leishmaniose visceral, que acomete órgãos internos, forma clínica mais grave e letal, se não tratada. As terapias vigentes apresentam limitações devido a emergente resistência, alta toxicidade, difícil administração, presença de vários efeitos adversos, baixa eficiente e alto custo, tornando-as pouco satisfatórias. Faz-se necessário encontrar novas drogas, mais eficazes contra o parasito, que tenham baixa toxicidade para o hospedeiro e que sejam acessíveis a população de baixa renda. Neste contexto, este trabalho objetivou investigar a atividade leishmanicida in silico e in vitro de compostos gerados pela reação de Morita–Baylis–Hillman contra o estágio promastigota de Leishmania amazonensis. Neste estudo foram avaliados oito compostos, sendo quatro adutos de Morita–Baylis–Hillman, três de seus precursores e um intermediário. Os ensaios in silico mostraram que os compostos possuem inúmeras bioatividades, uma boa biodisponibilidade oral teórica, e que embora apresentem risco de efeitos irritantes, em sua maioria não apresenta efeitos mutagênicos, tumorigênicos e nem danos ao aparelho reprodutor, o que permite sugerir que os compostos estud ados são bastante promissores para o tratamento da L. amazonensis. Foram realizados ensaios de quantificação de densidade celular pelos métodos de MTT e quantificação em câmara de Neubauer para a análise dos IC50, a citotoxicidade dos compostos foi avaliado através da atividade hemolítica de eritrócitos humanos. Todos os compostos estudados apresentaram atividade antipromastigota in vitro com o IC50 variando de 3,602 µg/mL a 16,305 µg/mL, destacando-se os ADUACRo, ACROO2C e ADUNO2Co. Nenhum dos compostos apresentou citotoxicidade para hemácias na maior concentração testada (400 µg/mL). Assim, estes resultados sugerem que os compostos estudados são candidatos promissores a fármacos para a terapêutica das leishmanioses