Predictors of sustained long-term response to ART in persons over 50 years aging with HIV followed at the HIV/Aids outpatient clinic in the University of Campinas Hospital

Orientador: Mônica Jacques de MoraesDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências MédicasResumo: Introdução: O número de pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) (PVH) acima de 50 anos vêm aumentando rapidamente nas últimas décadas em várias regiões do mundo1. Por outro lado, a infecção adquirida em idade mais avançada está associada a progressão mais rápida da doença2. À medida que as PVH vivem mais, doenças crônicas associadas ao envelhecimento ganham importância nas áreas de prevenção e tratamento da infecção pelo HIV3. Estudos recentes têm demonstrado um ganho na expectativa de vida das PVH em relação àquela observada nas primeiras décadas da epidemia, inclusive se assemelhando à expectativa de vida da população geral4. Alguns fatores, como início precoce da terapia antirretroviral (TARV)5, contagem inicial de linfócitos T- CD4 alta6, supressão viral sustentada7 e alcance de níveis altos de CD4 pós-tratamento4, se mostraram preditores de boa resposta ao tratamento e aumento da expectativa de vida em coortes de pacientes predominantemente jovens. Por outro lado, idade avançada no diagnóstico da infecção pelo HIV e no início do tratamento foram associados a pior resposta à TARV8. As características e a evolução da infecção, assim como os preditores de resposta ao tratamento em longo prazo em pessoas mais velhas com HIV são menos conhecidos. Objetivos: Descrever a população vivendo com HIV com mais de 50 anos acompanhadas no ambulatório de HIV/Aids do Hospital das Clínicas da UNICAMP e identificar fatores associados a boa resposta ao tratamento nesta população. Pacientes e métodos: PVH com 50 anos ou mais em acompanhamento no ambulatório de HIV/Aids do HC-UNICAMP que compareceram a uma consulta no período 15 de setembro de 2016 a 28 de fevereiro de 2018. Registros do prontuário referentes a dados demográficos, histórico da infecção e de seu tratamento, e dados clínicos e laboratoriais até a data da mais recente consulta foram coletados em uma ficha estruturada. A associação entre variáveis demográficas e clínicas e resposta satisfatória à TARV, definida como supressão viral máxima e CD4 acima de 350 cél/mm3, foi explorada através de análises bivariada e multivariada. Resultados: A mediana de idade dos pacientes foi 42 anos, de tempo desde o diagnóstico, 16,2 anos, e de tempo total de tratamento, 14,8 anos. Houve predomínio de doença avançada prévia: 72,4% tinha o diagnóstico de aids e a mediana de nadir de CD4 foi 138 cél/mm3. Na consulta mais recente, 91% dos pacientes apresentava carga viral inferior a 200 cópias/m, com mediana da supressão viral de 8,9 anos, e mais de 85% dos pacientes apresentavam CD4 acima de 350 cél/mm3. Verificamos uma taxa elevada (80%) de resposta satisfatória à TARV, associada às seguintes variáveis: menor idade no diagnóstico, ausência de doença oportunista prévia, doença oportunista ativa, aids, dislipidemia ou história de neoplasia (aids e não-aids), maior tempo de diagnóstico, maior duração de TARV, maior duração da supressão viral, valor mais alto do primeiro CD4 e valor mais alto do nadir de CD4. Após a análise multivariada, apenas nadir de CD4 alto, duração da supressão viral longa e ausência de neoplasias se mantiveram como fatores preditivos independentes de resposta virológica satisfatória. Conclusões: Nossos achados coincidem com estudos prévios quanto ao impacto negativo do início de tratamento com níveis de CD4 muitos baixos e o impacto positivo do tempo acumulado de supressão viral na resposta ao tratamento, efeitos experimentados também por esta população mais velha sob terapia eficaz. Ao contrário, a idade avançada no diagnóstico não foi preditora de pior resposta à TARV, após o controle para fatores confundidores. PVH, mesmo com tratamento eficaz, se mantém vulneráveis a neoplasias e seus efeitos na resposta à TARVAbstract: An increasing proportion of persons with HIV (PWH) in care is older than 50 years. Advanced age modifies the course of HIV infection and has been associated with less robust immune response and high morbimortality after antiretroviral therapy (ART) initiation. We aimed to identify factors associated with satisfactory ART response in a cohort of PWH older than 50 years during long-term follow-up at an outpatient clinic in Brazil. In this retrospective cross-sectional study, we included consecutive patients in chronic care who presented to at least one medical visit between September 2016 and February 2018. We performed chart review, extracting data in a standardized form. Associations between "ART response" and predictive factors were explored by univariate and multivariate analysis. Among 333 patients, 63.4% were men, most commonly infected by heterosexual route (70.8% of men; 91.3% of women). Age at diagnosis was 42, time since diagnosis, 16.2 years, and total ART duration, 14.8 years (medians). Advanced disease was predominant: 72.4% had AIDS and median nadir CD4 count was 138 cells/ mm3. In the last visit, 91% of patients had viral load 350 and >500 cells/mm3 were attained by 85,7% and 67,1% of individuals, respectively. We found a high rate (80%) of satisfactory long-term ART response, which was strongly predicted by nadir CD4, duration of viral suppression and occurrence of malignancy. In conclusion, early diagnosis and treatment, along with high patient engagement in-care are critical to warrant full immune recovery. PWH remain highly vulnerable to non-aids malignancies and its effects on response to ARTMestradoGerontologiaMestra em Gerontologi