Avaliação da densidade mineral ossea na espondilite anquilosante

Orientador: João Francisco Marques NetoDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias MedicasResumo: A densidade mineral óssea (DMO) da coluna lombar (L2-L4) e colo de fêmur foi medida em 42 pacientes do sexo masculino, acometidos por Espondilite Anquilosante (EA), através de densitometria com fonte duoenergética de raio X (DEXA). A média de idade dos pacientes foi de 36 anos e de início da doença de 23,4 anos, com duração média de 12,6 anos. O HLA-B27 esteve presente em 76,2%. Os pacientes foram submetidos à avaliação clínica (teste de Schober, índice funcional e tipo de acometimento articular) e radiológica (grau de sacroileíte, grau de alteração espondilítica na coluna e presença de alteração de articulação coxo-femoral). A influência dessas variáveis sobre a DMO foi avaliada. Em coluna lombar, osteopenia esteve presente em 40,5% dos pacientes e osteoporose em 26,2%. No colo do fêmur esses valores foram respectivamente 45% e 22,5%. Positividade do HLA-B27 esteve relacionada a uma menor DMO em coluna lombar, enquanto que presença de envolvimento radiológico do quadril foi acompanhada por uma DMO lombar significativamente superior. A idade de início e a presença de artropatia apendicular não influenciaram a DMO. A progressão da sacroileíte esteve relacionada a um aumento significativo da DMO em coluna lombar, e a uma diminuição significativa em colo femoral. Indicadores clínicos e radiológicos de cronicidade de doença (maior tempo de doença, pior índice funcional, menor mobilidade lombar, progressão da sacroileíte e das alterações radiológicas na coluna) foram acompanhados por uma perda progressiva e significativa da DMO em colo de fêmur. Concluindo, a EA pode ser considerada um fator de risco independente para a perda de massa óssea e o colo do fêmur se mostrou o local mais adequado para avaliação seriada da DMO através da DEXA , pois é sensível a mudanças clínicas e radiológicas do curso da doença e não provoca erros de interpretação causados por neoformação óssea, ao contrário do que ocorre na colunaAbstract: Bone mineral density (BMD) of lumbar spine and femoral neck was measured in 42 male patients with Ankylosing Spondylitis (AS) by dual-energy X-ray absoptiometry (DEXA). Patient¿s mean age was 36 years, mean age at onset was 23,4 years and mean disease duration was 12,6 years. HLA-B27 was positive in 76,2% of patients. All patients underwent clinical and radiological investigation in purpose to determine: lumbar mobility by Schober test, functional index, pattern of articular involvement, grades of sacroiliitis and radiographic changes in spine, as well as presence of radiological hip disease. The influence of these variables on B:MD was evaluated. Lumbar osteopenia occurred in 40,5% of patients and osteoporosis in 26,2%. At femoral neck, the values obtained was 45% and 22,5%, respectively. HLA-B27 positivity was related to a reduced RMD in lumbar spine, whereas the presence of radiological hip' involvement related to an augmented lumbar BMD. Age at onset and presence of peripheral articular disease exerced no influence on BMD. Sacroiliitis progression was accompanied by a significant increase in lumbar BMD, but by a BMD reduction in femoral neck. Clinical and radiological markers of disease chronicity (longer disease duration, worse functional index and lumbar. mobility, advanced sacroiliitis and radiographic changes in spine) correlated to a significant and progressive bone loss in femoral neck. In conclusion, AS can be considered an independent risk factor for bone loss and femoral neck seems to be .the most suitable site for serial BMD assessment by DEXA in AS, since it is sensitive to clinical and radiological changes of disease course and avoids interpretation errors caused by new bone formation, as occurs at axial skeletonMestradoMestre em Medicin