Da paixão ao crime: uma espacialização da violência contra as mulheres em Rio Grande - RS

Na pesquisa enfocamos a violência de gênero a partir da Geografia feminista, em uma escala local – o município do Rio Grande (RS). A violência contra as mulheres se configura como uma das mais complexas questões a serem enfrentadas pela sociedade atualmente, nossos questionamentos buscam explicá-la a partir da caracterização e da espacialização. A metodologia utilizada consistiu no levantamento de dados na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), a partir dos boletins de ocorrências que apresentavam mulheres vítimas de parceiros ou exparceiros, tendo como recorte temporal o trimestre compreendido entre os meses de maio, junho e julho de 2010. Verificamos que, a violência de gênero está disseminada por todo o município do Rio Grande, esua tipologia é a mais diversificada possível. Ainda que, grande parte dos registros tenha sido feita por pessoas de baixa escolaridade e por moradoras de localidades com perfil de baixa renda, não podemos inferir que a violência contra as mulheres apresente somente vítimas com essas características. É necessário considerar que com maior autonomia é mais fácil sair de uma relação violenta. Mesmo neste pequeno recorte temporal encontramos vítimas de todas as idades, cores e de diferentes níveis de escolaridade.In this research, we focus on gender violence according to the perspective of feminist geography in a local scale – the city of Rio Grande (RS), Brazil. Violence against women appears as one of the most complex issues to be faced by society nowadays, and our questionings seek to explain it from the perspective of characterization and spatial distribution. The methodology used consisted of data collection in the Specialized Police Service to Women (DEAM), from police reports that showed women victims of intimate partners or former partners, in the period comprehended in the months of May, June and July 2010. We found that gender violence is widespread throughout the city of Rio Grande, and its types are the most diverse possible. Although most of the records has been made by people with low education and residents of low-income profile localities, we cannot infer that the violence against women affects only victims with these characteristics. It is necessary to consider that with a greater autonomy, it is easier to leave a violent relationship. Even in this short period analysis, we find victims of all ages, colors and different levels of learning