Zonas de cisalhamento do n?cleo do anticlinal de Gouveia, cordilheira do Espinha?o, MG : geometria, cinem?tica e processos deformacionais/metam?rficos.

O Anticlin?rio de Gouveia, uma culmina??o antiformal de idade neoproteroz?ica nucleada pelo embasamento no Cintur?o de Dobramentos e Cavalgamentos do Espinha?o Meridional (MG), est? estruturado por uma s?rie de falhamentos ancorados no embasamento e por dobramentos em pequena escala, ambos vergentes para oeste. Uma an?lise detalhada em diversas escalas de observa??o foi realizada ao longo de um segmento de duas dessas falhas que foram nucleadas no complexo arqueano denominado granito de Gouveia, aqui denominado de granit?ide de Gouveia. Esse estudo revelou que a deforma??o da cobertura foi acomodada no embasamento do n?cleo do Anticlin?rio de Gouveia por meio da nuclea??o de zonas de cisalhamento d?ctil-r?pteis. Tais zonas s?o constitu?das por uma associa??o de rochas milon?ticas e filon?ticas e alcan?am mergulhos de at? 60o, diferentemente da sua continua??o na cobertura. Esse mergulho an?malo reflete o controle estrutural exercido pela folia??o prim?ria do granit?ide de Gouveia sobre a geometria das zonas de cisalhamento estudadas. Indicadores cinem?ticos de v?rios tipos revelam duas fases principais de deforma??o. Aprimeira, com cinem?tica reversa sinistral, possui verg?ncia para oeste e foi respons?vel pela nuclea??o das zonas de cisalhamento. Asegunda, com movimenta??o normal destral, desenvolve-se por meio da reativa??o de por??es das zonas anteriormente nucleadas. Os principais processos observados na escala de gr?o nas zonas de cisalhamento estudadas foram o microfraturamento e deslizamento friccional em gr?os de feldspato e biotita, deforma??o cristalpl?stica em quartzo e processos envolvendo transfer?ncia de solu??es. A circula??o de fluidos foi um processo ativo em ambas as fases de deforma??o levando ? instala??o de rea??es de hidrata??o e substitui??o do K-feldspato pelo plagiocl?sio, dissolu??o/precipita??o de quartzo e crescimento de turmalina e barita. Como resultado disso, as zonas estudadas s?o dominadas por rochas protomilon?ticas e filon?ticas. As condi??es de temperatura estimadas para a deforma??o varia entre 300 e 400o C e o metamorfismo alcan?a temperatura de 500?C.The Gouveia Anticlinorium, a basement-cored antiformal culmination of the Neoproterozoic Ara?ua? fold-thrust belt in eastern Brazil, is made up by a series of west-verging basement-involved thrusts in association with smaller scale folds.A detailed macro-to-microstructural analysis was carried out along the segments of two of these thrusts, where they affect the Gouveia granite in the Archean basement complex. This study revealed that the deformation of the cover was accommodated in the basement core of the anticlinorium by discrete ductile-brittle shear zones, marked by up to 700 m thick bands of mylonitic and plyllonitic rocks. In comparison with their continuation in the cover, the basement shear zones are significantly steeper, showing dips in the order of 60?. These anomalous dips reflect a magmatic foliation displayed by the Gouveia Granite, which exerted a major control on the geometry of the shear zones. Kinematic indicators of various categories record two phases of motion. A first west-verging reverse-sinistral motion was coupled with the nucleation of the shear zones.Anormal-dextral reactivation took place during a subsequent phase of extensional tectonism. The main processes involved in the development and evolution of these structures were fracturing and friccional grain boundary sliding of feldspars, plastic deformation of quartz and biotite, and solution transfer. Fluids circulation was very active during both phases of deformation, causing hydratation of the feldspars, quartz dissolution and re-precipitation and tourmaline and barite growth. As a consequence, the studied shear zones are dominated by protomylonites and phyllonites. Estimated temperature conditions for the deformation processes fall in the range of 300 and 400? C