Influência da incorporação de partículas de Al2O3 e SiC em revestimentos de níquel eletrodepositado

Este trabalho utiliza-se da técnica de formação de um revestimento compósito que consiste em capturar partículas cerâmicas de pequena granulometria suspensas em um banho eletroquímico durante a eletrodeposição. Os revestimentos foram obtidos pelo processo de eletrodeposição com um banho de Níquel Watts. Partículas de Al2O3 e SiC foram adicionadas ao banho, sendo que se utilizou partícula de SiC em duas diferentes granulometrias. Os revestimentos foram depositados sobre substrato de aço comum. A adição de um agente tensoativo (Lauril Sulfato de Sódio) diminuiu a formação de descontinuidades (poros) no revestimento devido ao gás hidrogênio, porém reduziu quantitativamente a incorporação de partículas, principalmente para as de maior granulometria. Os revestimentos foram avaliados quanto à resistência à corrosão através do ensaio eletroquímico de voltametria cíclica. Também foram submetidos à dissolução anódica a corrente constante. Após a dissolução anódica as amostras foram observadas no Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV). A resistência ao desgaste foi avaliada por abrasão mecânica e a morfologia da camada por microscópio óptico e MEV. Também se avaliou a rugosidade e espessura eletrodepositada. As partículas foram caracterizadas por dispersão granulométrica e potencial Zeta. Com os resultados obtidos pode-se concluir que a incorporação de partículas reduz a resistência à corrosão do revestimento quando se trata da exposição destes revestimentos em meio agressivo. Ainda, quanto maior o tamanho da partícula incorporada à matriz metálica, menor a resistência à corrosão. Os revestimentos compósitos apresentaram resistência ao desgaste superior ao revestimento de níquel apenas, e os revestimentos com partículas de menor granulomeria com resistência superior aos de maior granulometria. Os co-depósitos formados apresentam uma combinação de propriedades da matriz metálica de níquel e das partículas cerâmicas (Al2O3 e SiC), sendo que as propriedades do revestimento compósito formado são uma função das propriedades das fases constituintes, das suas quantidades relativas, da forma, tamanho e distribuição da fase dispersa