Capital social cultura e socialização política : a juventude brasileira

O estudo investiga a socialização política e capital social dos jovens brasileiros no início do século XXI, no contexto do debate sobre a consolidação democrática no Brasil. Com base em relevantes investigações de cunho nacional e internacional, estabeleceu-se referenciais teóricos relacionados a socialização, cultura política e capital social necessários para a compreensão da formação do perfil juvenil em termos de elementos que favorecem à democracia. Nas análises, são enfocados aspectos importantes da sociedade e do Estado brasileiros na tentativa de contextualizar os dados obtidos na pesquisa empírica. A juventude é retratada como uma construção histórica e social, e seu perfil é traçado por meio dos impactos conjunturais desencadeados pelo processo de globalização e, também, por impactos estruturais tendo em vista a cultura política híbrida de autoritarismo e democracia na sociedade brasileira. O survey aplicado no ano de 2002 nas cidades de Curitiba e Cascavel no Estado do Parana permite o cruzamento com dados de pesquisas de instituições reconhecidas no meio científico brasileiro e internacional. As respostas de 2.119 estudantes do ensino fundamental (básico e médio), das escolas públicas e privadas, forneceram os dados para delinear os aspectos centrais do processo de socialização política no Brasil, tendo em vista o incentivo das instituições em promover o capital social entre os jovens brasileiros. Por meio de variáveis como confiança, cooperação e participação, observa-se que são baixos os índices de capital social entre os jovens brasileiros, tendo em vista as deficiências das agências socializadoras como a escola, mídia, igrejas e associações comunitárias, entre outras, no sentido de incentivar comportamentos cooperativos e promover a prática dos jovens na afiliação em associações voluntárias. Com exceção da família, as demais agências de socialização política apresentaram limitações na promoção da construção de um senso de responsabilidade cívica e fortalecimento das redes de capital social entre os jovens brasileiros. Um maior grau de socialização política, permitiria uma relação mais favorável entre capital social e democracia.The study investigates the Brazilian youths' political and capital socialization social in the beginning of the century XXI, in the context of the debate about the democratic consolidation in Brazil. With base in relevant investigations of national and intemational stamp, he/she settled down referents related theoretical socialization and political and capital culture social necessary for the understanding of the formation of the juvenile profile in terms of elements that favor to the democracy. In the analyses, important aspects of the society are focused and of the Brazilian State in the conceptualization attempt the data obtained in the empiric research. The youth is portrayed as a historical and social construction, and his/her profile is drawn through the impacts of the situation unchained by the globalization process and, also, for structural impacts tends in view the hybrid political culture of authoritarianism and democracy in the Brazilian society. The applied survey in the year of 2002 in the cities of Curitiba and Cascavel in the State of Paraná· allows the crossing with data of researches of institutions recognized in the Brazilian and intemational scientific way. The 2.119 students' of the fundamental teaching answers (basic and medium), of the public and private schools, they supplied the data to delineate the central aspects of the process of political socialization in Brazil, tends in view the incentive o f the institutions in promoting the social capital among the Brazilian youths. Through variables as trust, cooperation and participation, it is observed that are low the indexes of social capital among the Brazilian youths, tends in view the deficiencies of the agencies the socialization as the school, media, churches and community associations, among other, in the sense of to motivate cooperative behaviors and to promote the youths' practice in the affiliation in voluntary associations. Except for the family, the other agencies of political socialization presented limitations in the promotion of the construction o f a civic sense of responsibility and invigoration of the nets of social capital among the Brazilian youths. A larger degree of political socialization, would allow a more favorable relationship between social capital and democracy