Intervenção assistida por animais e avaliação dos aspectos nutricionais em pacientes do transtorno do espectro autista

Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido como um distúrbio do desenvolvimento neurológico que acomete os aspectos de interação social, de comunicação e de comportamento. Além disso, pode afetar alguns aspectos nutricionais como a seletividade alimentar, comportamentos inadequados durante as refeições, além de distúrbios gastrointestinais. Dentre os tratamentos propostos para o TEA, atualmente, as equipes multidisciplinares ganham destaque, especialmente pela heterogeneidade de características de cada paciente. A Intervenção Assistida por Animais (IAA) é toda intervenção que insere animais como parte do processo terapêutico e tem a finalidade de melhorar aspectos físicos, mentais e sociais, além de questões educacionais e de bem-estar. Objetivos: Avaliar os aspectos nutricionais (variáveis antropométricas, comportamento e ingestão alimentar) e variáveis clínicas em pacientes com TEA antes, durante e após sessões de IAA. Métodos: Série de casos, onde foram realizadas sessões individuais de IAA em pacientes com TEA, as quais envolveram atividades relacionadas à nutrição, utilizando o cão como modelo, apoio, reforço e eliciador de emoções positivas. Os pacientes foram avaliados em três momentos distintos (antes, durante e após o período de sessões) quanto às variáveis clínicas (questionários ABC e CARS) e nutricionais (questionários BPFA e BAMBI, R24h e avaliação antropométrica). Resultados: A amostra foi composta por três pacientes, com idade entre cinco a sete anos, do sexo masculino, diagnosticados com TEA. O caso um apresentou melhoras em dois parâmetros nutricionais: alteração de sua classificação de estado nutricional, de acordo com o IMC por idade, e no comportamento alimentar, de acordo com os questionários (BAMBI e BPFA). Quanto aos questionários clínicos este paciente apresentou resultados diferentes entre os dois questionários, entretanto houve melhoras quanto aos aspectos nutricionais. O caso dois obteve leve melhora em um dos questionários de comportamento alimentar, entretanto na segunda avaliação seus escores foram melhores quando comparados à avaliação final. O terceiro caso apresentou variações no consumo de alguns nutrientes, classificando-se como adequado ao final das sessões. Este paciente obteve melhora no domínio “recusa alimentar”. Conclusões: Este estudo apresentou aspectos pontuais de melhora referente ao comportamento alimentar, ingestão dietética e variáveis clinicas para cada paciente, principalmente quando avaliados na metade do período das sessões. Considerando a IAA como uma terapia indicada para pacientes com TEA, este trabalho ratifica a importância de terapias especializadas e tratamentos individuais de acordo com a necessidade de cada paciente.Introduction: Autism Spectrum Disorder (ASD) is defined as a neurodevelopmental disorder that affects aspects of social interaction, communication and behavior. Besides that, can affect nutritional aspects like food selectivity, feeding inadequate behavior, or gastrointestinal disorders. Among the present proposed treatments for TEA, the multidisciplinary team is highlighted, especially for the heterogeneity of the patients’ characteristics. The Animal Assisted Intervention (AAI) is an intervention that includes animals as a part of the therapeutic process and has the purpose of improve physical, mental and socials aspects, besides of education and quality of life. Objective: Evaluate nutritional aspects (anthropometric valuables, feeding behaviour and dietary intake) and clinical variables in patients with ASD before, during and after AAI sessions. Method: Series of cases study, with individuals IAA sessions in ASD patients, involved aspects related to nutrition using the dog as a model, support, reinforcement and generator of positive emotions. Patients were evaluated in three distinct moments (before, during and after session’s period) regarding clinical (ABC and CARS questionnaires) and nutritional variables (BPFA and BAMBI questionnaires, R24h and anthropometry measurements). Results: The final sample was composed for three patients, with ages from five to seven years old, all males, diagnosed of ASD. Case one presented improvement in two nutritional parameters: change in the classification of the nutritional status, according to the BMI for age, and in the feeding behavior, according to questionnaires (BAMBI and BPFA). Regarding clinical questionnaires this patient presented different results between the two questionnaires, however had improvement in nutritional aspects. Case two obtained slight improvements in one of the food behaviour questionnaire, however at the second evaluation, his scores were better than the final evaluation. Third case presented variation in some nutrients consumption, reaching the recommendation at the end of sessions. This patient had improvement at the domain “feeding refusing”. Conclusion: This study showed improvement in punctual aspects related to feeding behaviour, dietary intake and clinical variables for each patient, especially when evaluated in the midsession AAI is considered a recommended therapy for patients with ASD, this work ratifies the importance of specialized therapies and individual treatments according to the unique symptoms of each patien