Análise da sensação do conforto térmico nos verões do Rio Grande do Sul entre 2006 e 2014

No verão do Rio Grande do Sul (RS) são frequentes os registros de temperatura do ar acima de 30°C por alguns dias consecutivos, o que gera um fenômeno denominado de ondas de calor que associadas à atuação da massa de ar tropical continental, afetam o conforto térmico e o bem-estar das pessoas. Essa constante troca de massas de ar ocasiona extremos de temperatura e interfere no conforto térmico. Os estudos sobre o conforto térmico usando dados horários no RS são raros, e, portanto, são desconhecidas as diferentes condições térmicas para a sensação do conforto. O presente estudo analisou a sensação de conforto térmico e sua variabilidade para nove municípios do RS empregando o Índice de Temperatura Efetiva (ITE) para os verões de 2006/2007 a 2013/2014. Essa sensação varia no RS de acordo com a região geográfica, onde se identificou três padrões de conforto térmico na análise do ITE máximo e mínimo. Os municípios de menor altitude, como Porto Alegre, Santa Maria e Uruguaiana, são os que mais registraram desconforto térmico. A faixa térmica do calor moderado ocorre com maior frequência no ITE das máximas, seguido pela faixa de calor. A sensação de calor extremo é registrada nesses três municípios. No ITE das mínimas a faixa do confortável é predominante, seguida pela de ligeiramente quente. A maior continentalidade de Santa Maria e Uruguaiana faz com que esses dois municípios sejam os mais quentes do RS. Bento Gonçalves, Caçapava do Sul e Erechim, com altitudes de 623 m, 421 m e 777 m, respectivamente, registram sensação térmica de calor moderado nas máximas de ITE, seguido pela sensação de ligeiramente quente. Já as mínimas correspondem à faixa do confortável e de ligeiramente fresco. Torres e Rio Grande, que são litorâneos e ao nível do mar, tiveram registros na faixa do calor moderado no ITE máximo e de confortável no ITE mínimo. São José dos Ausentes, que apresenta a maior altitude, registrou ITE mais baixo, com índice na faixa do ligeiramente quente nas máximas e de frescor no registro das mínimas.In summer of Rio Grande do Sul (RS) are frequent air temperature records above 30°C for a few several days, which generates a phenomenon called heat waves associated with the action of the continental tropical air mass, affecting thermal comfort and the well-being of people. This constant exchange of air masses causes extreme temperature events and interferes in the thermal comfort. Studies about thermal comfort using hourly data of RS are rare, and therefore are unknown the different thermal conditions for the sensation of thermal comfort. This study analyzed the sensation of thermal comfort and variability for nine municipalities in the RS using the Effective Temperature Index (ETI) for the summers of 2006/2007 to 2013/2014. This sensation varies in RS according to the geographical region, where it was identified three patterns of thermal comfort in the analysis of maximum and minimum ETI. The municipalities with the lowest altitude, in Porto Alegre, Santa Maria and Uruguaiana, are the most recorded thermal discomfort. The temperature range of moderate heat occurs most frequently in the maximum ETI, followed by heat range. The sensation of extreme heat have been recorded in these three municipalities. In minimum ETI, the comfortable range is predominant, followed by slightly warm. The continentality effect of Santa Maria and Uruguaiana makes these two cities the hottest places of the RS. Bento Gonçalves, Caçapava do Sul and Erechim, with altitudes of 623 m, 421 m and 777 m, respectively, recorded thermal sensation moderate heat in maximum ETI, followed by sensation slightly warm. Already the minimum correspond to the comfortable and slightly cool range. Torres and Rio Grande, which are coastal places at the sea level, had records in the range of moderate heat maximum ETI and comfortable minimum ETI. São José dos Ausentes, with the highest altitude, recorded lower ETI, with index in the range of slightly warm at maximum freshness in the record minimum