O trabalho do assistente social em uma gerência de acompanhamento funcional no âmbito do serviço público municipal

Este trabalho versa sobre o exercício profissional do assistente social no contexto do serviço público brasileiro e buscou identificar as expressões da questão social que perpassam os processos de trabalho e os impactos na saúde do servidor. Nesse intuito, analisou as demandas e intervenções em uma gerência de acompanhamento funcional do município de Porto Alegre, com vistas a aprofundar a compreensão sobre o objeto profissional e problematizar a importância de ações de promoção e prevenção de saúde para os servidores nos seus espaços de trabalho. Destaca-se a experiência no campo de estágio na área de gestão de pessoas como catalisadora de inquietações sobre os rumos da incidente precarização nas relações e na organização do trabalho na administração pública, resultantes das novas determinações da reforma neoliberal do Estado que incorrem em perdas sociais aos trabalhadores. Para subsidiar esse trabalho utilizou-se- como material de pesquisa os relatórios e diários de campo produzidos no período do estágio obrigatório. Os resultados apresentados fundamentaram-se na perspectiva crítica dialética de apreensão da realidade. A análise qualitativa referendou os dados coletados. Em relação aos achados da pesquisa, compreende-se que o assistente social trabalhador assalariado inscrito na esfera pública, tende a distancia-se de sua fundamentação téorica na atuação profissional, muitas vezes sem clareza do objeto do seu trabalho. Essa condição pode estar associada aos processos de trabalho no serviço público, de natureza normativa, de procedimentos, burocracias e rotinas, sem espaço para criar, que vão mobilizando os profissionais na imediaticidade das demandas, perdendo-se a dimensão intelectual do trabalho. Além disso, a administração pública repercute a ordem socioeconômica e política do Estado capitalista em suas determinações, conferindo-lhe caráter enviesado. Assim que as políticas públicas, o bem comum, a vida em sociedade, está ditada por essa lógica, de desconstrução dos direitos coletivos