Desvendando o consumo colaborativo e o seu estímulo ao consumo de vestuário

Dado o forte crescimento do uso consumo colaborativo como uma opção de consumo e sua forte movimentação financeira, o presente trabalho busca identificar se a adoção do consumo colaborativo representa um estímulo ao consumo de vestuário. Para isso, foi utilizado o método de pesquisa qualitativa, de forma a fazer uma investigação mais profunda e aberta. Inicialmente, foi elaborado um roteiro de entrevista em profundidade de caráter pré-estruturado com abordagens subjetiva e objetiva do tema estudado, para que se pudesse perceber valores e opiniões atreladas a esse tipo de consumo, e também mudanças mais concretas que a adesão ao consumo colaborativo pôde vir a acarretar. Em sequência, foram feitas 20 entrevistas em profundidade com mulheres auto declaradas usuárias de consumo colaborativo em compras de vestuário, incluindo diferentes tipos de meios de mercado de redistribuição colaborativo, como plataformas web, feiras, brechós e eventos particulares. A partir dessa coleta de dados, foi possível obter uma ideia mais complexa e profunda sobre a relação do grupo entrevistado com o consumo de roupas, considerando o que o levou a fazer uso de canais colaborativos para compras, questionando suas prioridades, comportamento e sentimentos. Também foram averiguadas as mudanças que o uso do consumo colaborativo resultou ou estimulou nas entrevistadas considerando a compra de roupas. Com os dados colhidos, foi possível realizar uma comparação entre alguns pontos no comportamento de consumo antes e depois da adesão aos meios colaborativos. Os resultados alcançados demonstraram que há um aumento da maioria das entrevistadas na quantidade de roupas adquiridas depois da adoção dos meios colaborativos, relacionando o consumo colaborativo como uma opção de alto custo-benefício, no que se refere ao preço menor ao das lojas e qualidade igual ou superior ao que se cogitaria comprar em canais convencionais. Além disso, no estudo com o grupo participante, as vantagens percebidas nesse modelo de consumo esboçaram um fomento ao desapego das roupas em um sentido geral, em que há uma aceitação e menos culpa na compra e no descarte, facilitando ambos nessa dinâmica de consumo