Monstrengo e suas histórias : o lúdico e a dramatização nos processos de aprendizagem infantil

Posicionada no campo da Educação, numa subárea do fazer teatral, esta pesquisa objetiva identificar a evolução da capacidade expressiva de alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de uma escola pública de Porto Alegre, utilizando-se de suas narrativas orais, através de propostas com atividades lúdicas e dramatização. A investigação aqui apresentada caracteriza-se por ser uma pesquisa qualitativa, tendo a análise documental como ferramenta para a produção dos dados. Como aporte teórico, apoia-se nos estudos de Peter Slade (1978) sobre o jogo dramático infantil e, como método de ensino, utiliza-se das práticas de Beatriz Ângela Vieira Cabral (2006) com o drama. Esta proposta pedagógica permite que as crianças ressignifiquem seu cotidiano, tendo como suporte a fantasia e a imaginação. O ato de brincar, nesse contexto, constitui-se como um facilitador do processo de ensino, pois leva os educandos à construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desse modo, uma relação estreita entre jogo e aprendizagem. Este estudo, ainda, reflete sobre a importância de se elaborar propostas lúdicas – com atividades dramáticas e interligadas com a produção de histórias orais – que estimulam o faz de conta, proporcionando um melhor desenvolvimento dos potenciais imaginativos e favorecendo a expressão oral e a competência narrativa dos alunos. Além da apresentação e contextualização do projeto didático e das produções dos alunos, destacam-se a análise de seus avanços em três eixos: na linguagem, na matemática e na sócio-história. Por fim, esta pesquisa destaca as contribuições do projeto didático ao fazer educativo, quais sejam: possibilitar a interação dos alunos com diversas formas de manifestações artísticas baseadas em atividades lúdicas e incentivar, através da dramatização, a reflexão a partir de propostas desafiadoras, significativas e prazerosas. Como marcas de aprendizagens, destacam-se a socialização, a ampliação do repertório oral, a construção lógico-matemática, a relação cultural, a cooperação mútua e a autonomia, que permitiram, através da expressividade e espontaneidade, que os alunos se colocassem como protagonistas das suas descobertas e saberes