Avaliação da qualidade dos registros de enfermagem acerca das orientações a pacientes submetidos à artroplastia de quadril em hospital universitário durante processo de acreditação hospitalar

Introdução: A educação em saúde aos pacientes submetidos à artroplastia de quadril é fundamental, pois muitas mudanças nas atividades de vida diária são necessárias após o procedimento. Entretanto, é preciso que os enfermeiros, além de educar, registrem suas ações. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre implantou o Plano de Educação de Pacientes e Familiares (PEPF), que propõe a realização de ações educativas para pacientes e suas famílias. No último ano foram feitas capacitações aos enfermeiros sobre este plano e sobre o adequado preenchimento dos Registros de Enfermagem (RE), constando o plano de educação desenvolvido e a compreensão do paciente. Objetivos: Avaliar os REs acerca das orientações para artroplastia de quadril. Verificar se o RE está presente e se o seu conteúdo está de acordo com o PEPF. Associar a presença dos REs com o tempo de internação e o acompanhamento pré-operatório no ambulatório de enfermagem. Métodos: Estudo exploratório descritivo transversal, de abordagem quantitativa. A amostra constou-se de 112 prontuários de pacientes que foram submetidos à artroplastia de quadril, no período de dezembro de 2012 a maio de 2013. Os dados foram coletados a partir dos registros de enfermagem sobre as orientações fornecidas aos pacientes citados anteriormente. A análise foi realizada através de estatística descritiva, teste Qui-Quadrado (com valores de significância iguais a p > 0,05), teste de Mann-Whitney e coeficiente de correlação de Spearman. Resultados: O Registro de Enfermagem sobre as orientações fornecidas esteve presente em 60 (53%) prontuários. Quanto ao PEPF, nenhum prontuário teve o registro do plano individual desenvolvido pelo enfermeiro e em apenas três (2,7%) deles constaram a compreensão do paciente. Das orientações registradas, as mais frequentes foram: cuidados pós-operatórios em 36 (32,1%), mobilização em 22 (19,6%) e saída do leito em 21 (18,8%). A relação entre o tempo de permanência e o número de registros foi significativa (p 0,002), entretanto com baixo índice de correlação (ԉ 0,216). A associação entre os pacientes sem vínculo no ambulatório de enfermagem e a presença dos REs não foi significativa (p 0,117). O tempo médio de permanência dos pacientes foi de 9,88 dias (± 9,21). A associação da duração da internação com pacientes que possuíam três ou mais comorbidades foi significativa (p 0,015). Dos pacientes incluídos, 21 (18,7%) deles apresentaram algum tipo de complicação pós-operatória. Conclusões: O RE esteve presente em cerca da metade dos prontuários analisados, entretanto não estavam de acordo com o PEPF. A associação entre a presença do RE e o vínculo no ambulatório não foi significativa, porém a presença do RE e o tempo de permanência prolongado teve associação positiva. Os enfermeiros estão engajados no registro das ações educativas. A instituição deve aprimorar suas capacitações e ferramentas, a fim de conscientizar os demais enfermeiros e facilitar o processo de trabalho