Alterações do cenário sexual e reprodutivo brasileiro relacionados ao uso do anticoncepcional oral

O corpo feminino permaneceu, por muito tempo, restrito a exercer sua função reprodutiva. Ao longo dos séculos, as mulheres procuraram definir o tamanho de sua prole. Concomitantemente ao surgimento de novas práticas contraceptivas, com destaque recente ao anticoncepcional oral, a mulher procurou assumir as próprias decisões sobre o seu corpo, buscando a liberdade de usufrui-lo sem necessariamente ter de arcar com uma gestação. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi de analisar o advento e a universalização dos anticoncepcionais orais no Brasil e sua relação com a idade de início das relações sexuais de mulheres e a ocorrência de gestações na adolescência. O estudo é do tipo exploratório, caracterizado como pesquisa documental. Os documentos consultados para este estudo foram livros publicados no período de 1999 a 2009, artigos, teses de doutorado, assim como materiais disponibilizados pelo Ministério da Saúde, entre outros. A coleta de dados aconteceu com o auxílio de fichas que permitiram a organização dos mesmos. A partir da análise dos materiais foi possível obter quatro temas: ‘A condição feminina ao longo dos tempos’, ‘A sexualidade feminina’, ‘Métodos contraceptivos e anticoncepcional oral’ e ‘Gravidez na adolescência’. Foi possível constatar que o advento e a universalização do anticoncepcional oral causou algumas mudanças ao cenário reprodutivo brasileiro, como as relações sexuais iniciando-se mais precocemente, mesmo que não se possa afirmar categoricamente que devido ao uso de anticoncepcional oral. O número de gestações tem se mostrado em constante elevação entre as adolescentes, embora o país tenha um sistema de saúde de acesso universal e que disponibiliza diversos métodos contraceptivos nas Unidades de Saúde