Políticas de Patrimônio: entre a exclusão e o direito à cidadania

The concern in this text is to outline some considerations on the so-called immaterial heritage, from the perspective of public heritage policies, considered as analysis policies for inclusion. Assuming that dynamics and innovation are constitutive factors of the entire heritage process, the identification of cultural reference goods for registration, belonging to non-hegemonic sectors (indigenous, black, rural populations, immigrants, etc.), represents a significant change in understanding and choice of targets worth researching. In a highly hierarchical and unequal Brazilian society, the conceptualization of intangible heritage defended by the policymakers of registration presupposes the recognition of cultural reference goods that far exceed those chosen by hegemonic groups to represent what is idealized as a Brazilian cultural heritage. . This unequal struggle waged in the field of cultural heritage requires questioning the legitimacy of the process, as regards the right to citizenship of subordinate populations and the possibility of being part of what is understood as Brazilian cultural heritage.A preocupação neste texto é esboçar algumas considerações sobre o patrimônio denominado imaterial , sob a ótica das políticas públicas patrimoniais, consideradas a título de análise como políticas de inclusão. Partindo do pressuposto de que a dinâmica e a inovação são fatores constitutivos de todo o processo patrimonial, a identificação de bens de referência cultural para registro, pertencentes aos setores não hegemônicos (indígenas, negros, populações rurais, imigrantes, etc.), representa uma mudança significativa no entendimento e na escolha dos alvos dignos de serem pesquisados. Numa sociedade como a brasileira, altamente hierárquica e desigual, a conceituação do patrimônio imaterial defendida pelos mentores da política de registro pressupõe o reconhecimento de bens de referência cultural que em muito extrapolam os escolhidos pelos grupos hegemônicos para representar o que se idealiza como patrimônio cultural brasileiro. Essa luta desigual travada no campo do patrimônio cultural exige o questionamento sobre a legitimidade do processo, no que diz respeito ao direito à cidadania das populações subalternas e à possibilidade de fazerem parte do que se entende como patrimônio cultural brasileiro