Será que a união monetária europeia requer uma dimensão social?

A crise económica e financeira que atingiu a Europa depois de 2008 teve efeitos negativos em alguns países da Zona do Euro, apresentando falhas estruturais no desenho da UEM. Estes efeitos ameaçaram os seus sistemas sociais, comprometendo a viabilidade política da integração europeia. Neste contexto, no final de 2012, a dimensão social entrou no debate político através do designado «relatório dos cinco presidentes», o qual aportou novos elementos, a fim de garantir a estabilidade do Euro. Desde então, outras iniciativas ocorreram, reconhecendo que a governança da Zona Euro ainda está incompleta. O artigo discute a necessidade de incluir a dimensão social na UEM, avalia as iniciativas que foram tomadas neste domínio e aborda as condições para permitir que os mecanismos centrais de estabilização macroeconómica absorvam choques específicos e melhorem a capacidade de resiliência na UE.Departamento de Economia da Universidade de Évora; Centro de Investigação em Ciência Política; CEFAGE; Fundação para a Ciência e Tecnologi