Desaparecidos, peregrinos y cementerios: espacios y prácticas de la memoria en Colombia

Abstract: Since the middle of the 20th century, more than 80,000 cases of disappeared persons have been recorded in Colombia. Some of these are buried in clandestine graves and others remain buried in different cemeteries throughout the country, under the acronym N. N. As in other Latin American countries, the term disappeared has occupied an important position on the country's public agenda and has led to different debates on the figures, the causes of disappearances, and their final location. This photographic essay reflects on cemeteries as a space in which social and transcendent links are generated between pilgrims, society in general and the disappeared. This type of relationship takes place through funerary rituals, religious ceremonies, and cultural manifestations, which go beyond the cemetery itself, and account for an inside-outside, mutually influenced by the living and the dead. That is, practices and exercises of memory that strive against oblivion. The research is based on an ethnographic methodology carried out in the Cementerio del Sur de Bogotá and other municipal cemeteries. The text employs a self-reflexive exercise based on my experience as a consultant for international organizations such as the International Organization for Migration (IOM), the United Nations Development Programme (UNDP), and the Human Rights Directorate of the Ministry of the Interior on issues related to the search for the disappeared.Resumo: Desde a segunda metade do século XX, na Colômbia, têm sido registrados mais de 80.000 casos de desaparecidos, alguns dos quais se encontram sepultados em fossas clandestinas e outros permanecem inumados em diferentes cemitérios do território nacional sob a sigla de N. N. Assim como em outros países latino-americanos, o termo desaparecidos ocupa um lugar importante na agenda pública do país e tem levado a diferentes debates sobre as cifras, as causas de desaparecimento e sua localização final. Este ensaio fotográfico reflete sobre os cemitérios como espaços em que são gerados vínculos sociais e transcendentes entre os peregrinos, a sociedade em geral e os desaparecidos. Esses tipos de relações são estabelecidos por meio de rituais fúnebres, cerimônias religiosas e manifestações culturais, que vão mais além do cemitério em si e demonstram um dentro-fora mutuamente influenciado pelos vivos e pelos mortos. Isto é, práticas e exercícios da memória que lutam contra o esquecimento. Esta pesquisa parte de uma metodologia etnográfica realizada no Cemitério do Sul de Bogotá, Colômbia, e em outros cemitérios municipais do território nacional. Este texto passa por um exercício de autorreflexão situado de minha experiência como consultor para organizações internacionais como a Organização Internacional para as Migrações o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e a Direção de Direitos Humanos do Ministério do Interior em temas relacionados com a busca de desaparecidos.Resumen: Desde la segunda mitad del siglo XX, en Colombia se han registrado más de 80.000 casos de desaparecidos, algunos de los cuales se encuentran sepultados en fosas clandestinas y otros permanecen inhumados en diferentes cementerios del territorio nacional bajo la sigla de N. N. Al igual que en otros países latinoamericanos, el término desaparecidos ha ocupado un lugar importante en la agenda pública del país y ha llevado a diferentes debates sobre las cifras, las causas de desaparición y su ubicación final. Este ensayo fotográfico reflexiona sobre los cementerios como espacios en los que se generan vínculos sociales y trascendentes entre los peregrinos, la sociedad en general y los desaparecidos. Este tipo de relaciones se establecen a través de rituales fúnebres, ceremonias religiosas y manifestaciones culturales, que van más allá del mismo cementerio y que dan cuenta de un adentro-afuera mutuamente influenciado por los vivos y los muertos. Es decir, prácticas y ejercicios de la memoria que luchan en contra del olvido. La investigación parte de una metodología etnográfica realizada en el Cementerio del Sur de Bogotá y en otros cementerios municipales del territorio nacional; el texto pasa por un ejercicio autorreflexivo situado desde mi experiencia como consultor para organizaciones internacionales, como la Organización Internacional para las Migraciones (OIM) o el Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo (PNUD), y para la Dirección de Derechos Humanos del Ministerio del Interior en temas relacionados con la búsqueda de desaparecidos