A excelência na Universidade

Em junho de 2003, é publicado o primeiro ranking internacional de instituições de ensino superior, The Academic Ranking of World Universities (ARWU), iniciativa que vários autores identificam como o começo da nova ordem mundial da educação superior. A este ranking outros se seguiram e a procura por um lugar de destaque na competição global das universidades configura-se objetivo de monta para os países, com os rankings a constituírem-se como medidores da excelência dos sistemas nacionais e legitimadores de políticas públicas no campo do ensino superior. Neste enquadramento, vários países têm executado programas de convergência de financiamento público em instituições de ensino superior selecionadas, aquelas que entendem reunir à partida as condições para que venham a ser reputadas como Universidades de Classe Mundial ou Centros de Excelência (Gazizova, Panfilova, & Makarova, 2016). A ideia é racionalizar os fluxos de financiamento público e canalizá-los às instituições nacionais de maior escala para que estas tomem escala internacional e mantenham a competitividade dos sistemas nacionais de ensino superior (Pol, 2012; Rostan & Vaira, 2011). Tal panorama é uma tendência global, afigurando-se um desafio para o ideal da cultura igualitária do ensino superior português, com este ensaio a ter o objetivo de desconstruir a conceção dominante da excelência no ensino superior e apresentar, em jeito breve, o atual estado das coisas no mundo académico