DE PARTIDAS, AUSÊNCIAS E NÃO REGRESSOS: O DISCURSO ANTIÉPICO DE LOBO ANTUNES

Even the praising of Portuguese glories by Camões presents an ineradicable gap for criticism of an incipient decay. Densified with Fernando Pessoa and potentiated with António Lobo Antunes, the anti-epic speech has assured its place in contemporary Portuguese literature. This article aims to discuss the decay brought by As naus and Os cus de Judas, uncovering a small, close to defenceless Portugal, left with no pomp or colonies. Lobo Antunes reconstructs its own Lusíadas, recreating colonization in spaces marked by loss and absence, characters that bear the marks of erased identities and fragmented personas, significant in contemporary features.Mesmo o cantar das glórias portuguesas camoniano reserva um espaço indelével para a crítica de uma incipiente decadência. Adensado com Fernando Pessoa e potencializado com António Lobo Antunes, o discurso antiépico tem local assegurado na contemporânea literatura lusitana. Este artigo pretende discutir a decadência trazida pelas obras As nause Os cus de Judas, desnudando um Portugal pequeno, quase desvalido, já sem pompa nem colônia. Lobo Antunes reconstrói seus próprios Lusíadas, refundando uma colonização em um espaço de perdas e de ausências, personagens que carregam as marcas de um apagamento da identidade e do sujeito fragmentado, características caras à contemporaneidade