De acordo com o Princípio da Continuidade, adotado por Leibniz, toda mudança ocorre gradativamente, havendo sempre um grau intermediário entre dois estados quaisquer. Esse princípio parece ser, contudo, incompatível com a doutrina leibniziana acerca da natureza da autoconsciência, uma vez que Leibniz, ao menos prima facie, sustenta haver uma diferença de natureza – e não apenas de grau – entre percepções inconscientes e conscientes, fornecendo esta distinção a base para a diferenciação ontológica das mônadas entre puras enteléquias, almas e espíritos. O objetivo principal do presente texto é sugerir uma forma de compatibilização do Princípio da Continuidade com a doutrina leibniziana da autoconsciência