Aspectos deposicionais, diagenéticos e estratigráficos de microfácies da Formação Riachuelo, Albiano, Bacia de Sergipe, Brasil

As rochas da Formação Riachuelo, Bacia de Sergipe, Brasil, representam um exemplo de sedimentação carbonática relacionada à fase drift, durante a abertura do oceano Atlântico Sul. As pedreiras Carapeba e Brejo exibem os melhores afloramentos onshore da seção carbonática drift em toda margem continental brasileira. Estudos de campo e análises microfaciológicas da seção sedimentar aflorante evidenciaram seis tipos de depósitos sedimentares relacionados à fisiografia de uma plataforma carbonática. Depósitos proximais mistos são representados por dolomitos ricos em terrígenos. Níveis alternados de arenitos e siltitos são aqui relacionados às fácies distais de leques subaquosos. Mudstones com miliolídeos e textularídeos representam ambiente lagunar em plataforma média, semirrestrita. Packstones, grainstones e eventualmente wackestones com oncólitos, intraclastos e peloides representam depósitos sedimentares relacionados à retaguarda de bancos arenosos rasos e ambientes na interface com a laguna. Grainstones com oólitos, oncólitos, intraclastos e bioclastos, com estratificação cruzada acanalada, representam ambiente de shoreface sobre o banco carbonático raso na plataforma externa. Os cimentos e outras feições pós-deposicionais observadas sugeriram diagênese progressiva em quatro ambientes diagenéticos: a) marinho freático com circulação de águas; b) marinho freático com água estagnada; c) meteórico freático; d) ambiente de soterramento. Os pacotes sedimentares formam ciclos de rasamento ascendente, sobrepostos no topo por uma provável superfície transgressiva, o que pode indicar a passagem de um trato de sistema de mar baixo para um trato de sistema transgressivo.The rocks of the Riachuelo Formation, Sergipe Basin, Brazil, represent an example of carbonate sedimentation related to the drift phase during the opening of the South Atlantic Ocean. The Carapeba and Brejo quarries exhibit the best onshore outcrops of the drift carbonate section along the Brazilian continental edge. Field studies and microfacies analysis of the outcropped sedimentary section showed six sedimentary deposits related to the physiography of a carbonate shelf. Proximal mixed deposits are represented by the rich-terrigenous dolostone. Levels with alternate layers of fine grained sandstones and siltstones are here related to distal facies of submarine fans deposits. Mudstones with miliolids and textularids represent a lagoonal environment in a semi-restricted middle shelf. Packstones, grainstones and occasionally wackestones with oncoids, intraclasts and peloids represent sedimentary deposits related to the back of shallow sandy bars and environments at the interface with the lagoon. Grainstones whit ooliths, oncoids, intraclasts and bioclasts, with trough cross-bedding, represent a shallower shoreface environment over the shallow carbonate back on outer shelf. Cements and other post-depositional features suggest four different diagenetic environments: a) marine phreatic diagenetic environment with active water circulation; b) marine phreatic diagenetic environment with stagnant water; c) freshwater phreatic diagenetic environment; d) burial diagenetic environment. The sedimentary succession is formed by shallowing upward cycles overlain by a possible transgressive surface, which may indicate the passage of a lowstand to a transgressive system tract