Buscamos demonstrar a importância da transmissão parental do desejo na constituição psíquica da criança a partir de Freud e Lacan, apontando para o papel estruturante das funções materna e paterna como transmissores dos operadores simbólicos na regulação do gozo no laço social. Uma situação clínica envolvendo o fenômeno da obesidade infantil nos permite inferir os entraves experimentados por uma criança na subjetivação do seu corpo devido à precariedade simbólica dessas funções. Depreendemos, assim, como uma perturbação discursiva familiar pode repercutir para uma criança em uma significativa fragilização do processo de assunção da diferença sexual e sua inscrição na sucessão geracional