As histórias de vivência de prisioneiros políticos em tempos de repressãocolocam de maneira intensa a questão da memória. Duas obras literárias latino-americanas: Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, e Primavera con una esquina rota, de Mario Benedetti, são analisadas neste artigo. A autora pondera que, embora nos forneça índices essenciais, a análise puramente literária não basta para abordar as experiências vividas no cárcere. Além de seu necessário enquadramento em determinadoscontextos históricos e políticos, considera que devemos, ao abordá-las,levar igualmente em conta os seus aspectos psicológicos, referindo-se essencialmente aos trabalhos de pesquisa pioneiros sobre os efeitos da tortura que têm sido realizados por Françoise Si...