O presente artigo pretende alcançar a compreensão da seguinte questão: Como o filósofo alemão Ernst Bloch, à luz do marxianismo, revisita e dá um novo significado ao problema da utopia, transportando o sentido desse termo que, originalmente, significa “não lugar” para topos (lugar) da práxis humana direcionada para frente, em outras palavras, direcionada para a sua concretização na história. Para tanto, abordar-se-á as concepções blochianas do onírico, contrapondo a noção de sonho diurno à de sonho noturno; da pulsão humana fundamental formulada a partir da crítica das teorias psicanalíticas de Freud, Adler e Jüng; do ainda não consciente, concebido com espaço privilegiado da utopia; e da função utópica, conceito intimamente associado à cat...