Apresento uma leitura do continuado trabalho de reescritura que Raul Bopp conferiu à Cobra Norato, no qual faz a criação do poema mimetizar uma imagem do poema-rapisódico (“a pele de seda elástica”) como procedimento de auto-tradução lírica. Exploro o imagismo do poema, percorrendo possibilidades interpretativas sobre uma ética do olhar levada a cabo por um discurso poético que se anuncia “de olhos vendados” e “de corpo aberto”. Assim, a reescritura de Bopp permite conceber um trabalho de tradução de uma sensibilidade à materialidade discursiva que lhe serve de substrato, redundando, por sua vez, numa perspectiva do poeta moderno como mediador de corpos em heterodoxas zonas de contato cultural, como a AmazôniaThis article presents an analys...