Tamanho corporal e aspectos reprodutivos das populações de pequenos mamíferos não voadores na Floresta Nacional de Carajás-PA.

Ministério da Educação e Universidade Federal Rural da AmazôniaA Floresta Nacional de Carajás, Sudeste do Pará, Brasil, consiste em uma Unidade de Conservação que apresenta duas fitofisionomias bem marcantes, a Floresta Ombrófila Densa e a Savana Metalófila (Canga), tendo destaques, uma pelo predomínio, grande riqueza e diversidade de espécies, a outra pela sua singularidade, reconhecido endemismo e potencial econômico, advindo da atividade mineradora. Os objetivos deste estudo foram estudar a variação populacional e obter informações reprodutivas tais como razão sexual, estrutura etária, período reprodutivo, além estudar a ocorrência de dimorfismo sexual, bem como o efeito de duas fitofisionomias (Canga e Floresta) sobre o tamanho corporal de pequenos mamíferos não voadores. O presente estudo foi desenvolvido durante os anos de 2010 e 2011, contemplando neste período cinco estações climáticas nas duas fitofisionomias. Foram amostradas seis trilhas paralelas, em cada área, sendo instaladas 60 armadilhas, durante seis noites consecutivas, e armadilhas de interceptação e queda, com 15 baldes em cada trilha, apenas nas áreas de Floresta. Para cada indivíduo capturado, foi feita a identificação taxonômica, foram anotados o sexo, a condição reprodutiva e idade conforme descrição específica para cada grupo, incluindo as medidas corporais de cada indivíduo. Foram registradas 1230 espécimes distribuídos em 22 espécies. No estudo da razão sexual, a maioria das espécies de marsupiais e roedores não sofreu desvio significativo da proporção 1:1 no decorrer das estações ou nas diferentes fitofisionomias. Apenas os marsupiais M. murina que na fitofisionomia de canga e nas estações chuvosas apresentou desvio na razão sexual para as fêmeas e M. pinheiroi apresentou desvio na razão sexual a favor dos machos na floresta e na estação úmida. Dentre os roedores, apenas a espécie N. lasiurus diferiu na razão sexual, desviando a favor dos machos na época seca. A cerca da distribuição das classes etárias, na fitofisionomia de canga, os marsupiais apresentaram um padrão sazonal, quase sempre refletindo o período reprodutivo, jovens e subadultos em estações chuvosas. Para os roedores N. lasiurus e O. amazonicus, indivíduos jovens foram observados em todas as estações. Na floresta os marsupiais não apresentaram diferenças de classe etária entre as estações. Para todos os roedores, houve um maior recrutamento de indivíduos jovens em estações de chuva, em alguns casos, como E. emmonsae e P. roberti, a quantidade de jovens foi maior do que a de adultos. Os sinais reprodutivos observados na canga pelos marsupiais foram sazonais, nos roedores O. amazonicus e N. lasiurus, os sinais reprodutivos foram observados em maior freqüência em épocas secas. Na fitofisionomia de floresta, algumas espécies, como M. murina, M. demerarae, M. sp, D, não apresentaram sazonalidade nos sinais reprodutivos, tendo fêmeas lactantes em ambas as estações. Os roedores A aff. cursor e P. roberti,, também apresentaram um padrão sazonal de reprodução. No estudo do tamanho corporal, foram estudados apenas indivíduos adultos das espécies mais abundantes de marsupiais (M. glirina, M. murina, M. sp. "D", M. demerarae e M. pinheiroi) e de roedores (O. amazonicus, N. lasiurus, A aff. cursor, Neacomys. sp. n., P. roberti, E. emmonsae e espécimes do gênero Oecomys). Para os marsupiais, o dimorfismo sexual foi evidente para a maioria das espécies nas diferentes fitofisionomias, com medidas corporais dos machos maiores em relação às fêmeas. Nos roedores, o dimorfismo sexual não foi tão evidente, apresentando similaridade entre os sexos. Com exceção de N. sp. n. que apresentou fêmeas significativamente maiores em relação aos machos. O efeito do habitat foi percebido principalmente nos machos, sendo que na floresta os machos foram maiores em relação aos machos capturados na canga. Os resultados deste estudo evidenciaram a importância destas duas fitofisionomias para a ecologia, diversidade e manutenção do grupo. Podendo contribuir para estudos mais acurados a cerca do mesmo, tais como ecofisiologia e adaptação, que são importantes para tomadas de decisões para o manejo adequado de áreas naturais.The National Forest of Carajás, southeastern Pará, Brazil, consists of a conservation unit, which presents two striking, well the physiognomies dense Ombrophilous forest and Savana Metalófila landscapes (Canga), highlights, by predominance, great richness and diversity of species, the other by its uniqueness, recognised endemism and economic potential, arising out of its mining activities. The objectives of this study were to study the population variation and reproductive information such as sex ratio, age structure, reproductive period, in addition to studying the occurrence of sexual dimorphism, as well as the effect of two physiognomies (Canga and forest) on the body size of non-volant small mammals. The present study was carried out during the years 2010 and 2011, including during this period five climatic stations in both physiognomies. Were sampled six parallel lines, in each area, and installed 60 traps, for six consecutivo nights. And pitfall traps, with 15 buckets on each track, just in the areas of forest. For every individual captured, taxonomic Identification was made, were noted sex, reproductive condition and age as specific description for each group, including the body measurements of each individual. 1230 specimens were distributed in 22 species. As for the sex ratio, most species of marsupials and rodents did not suffer significant deviation of the ratio 1: 1 in the course of the seasons and in different physiognomies. One of the marsupials studied, only M. murina in it to cover up and in rainy seasons showed deviation in sex ratio for females, and M. pinheiroi showed deviation in sex ratio in favor of males in the forest and in the wet season. Among rodents, only the species N. lasiurus differed in sex ratio, in favour of males in the dry season. About the distribution of the age brackets in the yoke, the marsupials have a seasonal pattern, often reflecting the reproductive period with young and subadults in rainy seasons. For rodents N. lasiurus and O. amazonicus, young individuais were observed in ali seasons. In the forest the marsupials did not present differences of age brackets between stations. For ali rodents, there was an increased recruitment of juveniles in rainy seasons, in some cases as E. emmonsae and P. roberti, the amount of young people was greater than that of adults. The reproductive signs observed in the cover up by the marsupials were seasonal. O. amazonicus and rodents to N. lasiurus, reproductive signs were observed more frequently in dry times. In it, some forest species, such as M. murina, M. demerarae and M., sp. D, showed no seasonality in the reproductive signs, lactating females in both seasons. Rodents A aff. cursor and P. roberti also showed a seasonal pattern of reproduction. In the study of body size, were studied only adult individuais of the most abundant species of marsupials (M. glirina, M. murina, M. sp. D, M. pinheiroi and M. demerarae) and rodents (O. amazonicus, N. lasiurus, A aff. cursor, Neacomys sp. n., P. roberti, E. emmonsae and specimens of the genus Oecomys). For marsupials, the sexual dimorphism was evident for most species in different physiognomies, with body measurements of larger males compared to females. In rodents, the sexual dimorphism was not so obvious, showing similarity between the sexes. With the exception of N. sp. nova, which had significantly larger females compared to males. The effect of it was seen mainly in males, and males were bigger forest in relation to males captured in the yoke. The results of this study showed the importance of these two physiognomies to the ecology, diversity and maintenance of the group. And may contribute to more accurate studies about the same, such as habitat and adaptation, which are important to decision making for the proper management of natural areas