O cuidado com a alimentação infantil na visão de profissionais da Estratégia Saúde da Família e cuidadores familiares

A atenção integral à saúde da criança constitui uma das prioridades nas ações da Estratégia Saúde da Família. Entre as várias dimensões do cuidado infantil, a alimentação assume um papel fundamental, carregando em si, componentes de ordem biológica e sociocultural. O estudo objetivou identificar as percepções, valores e experiências dos cuidadores familiares e de profissionais de uma equipe de saúde da família sobre a alimentação de crianças menores de dois anos de idade. Tratou-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa, realizada em uma Unidade Básica de Saúde da Família na Zona Leste do município de São Paulo. Os sujeitos do estudo foram constituídos por dez cuidadores familiares e nove profissionais de saúde. As entrevistas foram guiadas por um roteiro de entrevista semi-estruturado e posteriormente, foram transcritas, categorizadas e analisadas a partir da técnica de análise de conteúdo preconizada por Bardin. Os discursos foram agrupados em sete categorias: cuidado ampliado x modelo higienista; influência do contexto socioeconômico e cultural sobre a alimentação infantil; influência do ambiente familiar no cuidado relacionado à alimentação da criança; alimentação saudável e variada; práticas alimentares: transição da alimentação da criança; cuidados de higiene com relação à alimentação e o cuidado com a alimentação no processo de trabalho. Concluiu-se que os fatores socioeconômicos e culturais, que interferem no cuidado com a alimentação da criança foram observados, assim como a importância de consumir alimentos frescos e naturais em detrimento dos industrializados. A valorização do aleitamento materno e a evolução da alimentação da criança também foram identificadas, entretanto, faz-se necessário ao profissional ser promotor da saúde, oferecendo orientação à família de forma dialógica, respeitando e articulando os distintos saberes: formais e populares