As características interpessoais do terapeuta e a aliança terapêutica na perspectiva do cliente

Dissertação de Mestrado apresentada no ISPA – Instituto Universitário para obtenção de grau de Mestre na especialidade de Psicologia Clínica.Objectivo: O terapeuta poderá contribuir para o sucesso da terapia e acrescentar-lhe valor através das suas qualidades pessoais (Baldwin & Imel, 2013) e de uma relação de colaboração com o cliente. Pelo que as características interpessoais do terapeuta poderão influenciar o progresso do cliente na terapia (Anderson, McClintock, Himawan, Song & Patterson, 2016) e a qualidade da aliança (Ardito & Rabellino, 2011). Contudo, sendo uma relação dual, seria benéfico analisar como essas características são apreendidas pelo próprio cliente. Método: Recorrendo à elaboração e adaptação de escalas – FIS-C (Facilitative Interpersonal Skills – Client) e escala de Avaliação de Sessão – SRS – que permitem essa análise por parte do cliente, e ao estudo das suas características psicométricas. O preenchimento das escalas foi efectuado por 205 participantes, a frequentar psicoterapia. Resultados: Ambas as escalas apresentam bons níveis de validade, fiabilidade, sensibilidade e ajustamento. Com uma boa consistência interna na sua totalidade e para os itens que as constituem. Existindo uma correlação positiva entre as características interpessoais do terapeuta e a qualidade da aliança, sendo o factor de Fluência Verbal o que apresenta uma maior correlação. Conclusões: Estes dados permitem concluir que as características interpessoais do terapeuta exercem influência sobre a qualidade da aliança estabelecida, existindo alguns factores que se destacam.Objective: The therapist can contribute to the success of therapy and add value through personal qualities (Baldwin & Imel, 2013) and a collaborative relationship with the client. Therefore, the therapist’s interpersonal skills may influence client progress in therapy (Anderson, McClintock, Himawan, Song & Patterson, 2016) and the quality of the alliance (Ardito & Rabellino, 2011). However, being a dual relation, it would be beneficial to analyse how these skills are perceived by the client. Method: Based on the elaboration and adaptation of scales – FIS-C (Facilitative Interpersonal Skills – Client) and Session Rating scale – SRS – that allow that analysis by the client, and the study of the psychometric characteristics. The completion of the scales was performed by 205 participants, attending psychotherapy. Results: Both scales present good levels of validity, reliability, sensitivity and adjustment. With a good internal consistency, in totality and for the items that constitute them. There is a positive correlation between the interpersonal skills of the therapist and the quality of the alliance, being the Verbal Fluency factor the one with the highest correlation. Conclusions: These data show that the interpersonal skills of the therapist influence the quality of the established alliance, and there are some factors that stand out