Between Land and Sea: Mangroves and Mollusks along Brazil’s Mangal Coast

Westerners have long viewed mangroves as forbidding, pestilential landscapes. While modern medicine transformed their deadly reputation, the perception lingered of an environment that was little more than a tropical wasteland. The 1992 Earth Summit in Rio de Janeiro profoundly changed this view by drawing attention to the ecosystem as a habitat crucial to the life cycles of many species and endangered fauna yet increasingly at risk from deforestation. Conservation initiatives in the years since the Rio Summit, however, seldom recognize mangroves as a habitat that has also long supported human life. This is evident in the shell middens found along mangrove coasts and in the historical record of shellfish harvested for dietary protein. With a focus on Brazil, this article examines the shellfish that sustained Amerindians, enslaved Africans, and their descendants along the mangal coast since pre-Columbian times. The discussion contends that Brazil’s mangrove forests cannot be separated from the history of the tropical peoples who have successively lived in and managed this ecosystem from ancient times to the present. Finally, the article concludes that a research focus on shellfish suggests broader linkages to South Atlantic history.Os ocidentais há muito consideram os manguezais como paisagens proibitivas e pestilentas. Enquanto a medicina moderna transformou sua reputação mortal, a percepção permaneceu como de um ambiente que era pouco mais do que um deserto tropical. A Cúpula da Terra de 1992 no Rio de Janeiro mudou profundamente este ponto de vista, chamando a atenção para o ecossistema como um habitat crucial para os ciclos de vida de muitas espécies e fauna ameaçada, mas cada vez mais em risco de desmatamento. As iniciativas de conservação nos anos que se seguiram à Cúpula do Rio, entretanto, raramente reconhecem os manguezais como um habitat que há muito dá suporte à vida humana. Isto é evidente nos sambaquis encontrados ao longo dos Manguezais da costa e no registro histórico dos moluscos colhidos para a dieta proteica. Com foco no Brasil, este artigo examina os mariscos que sustentaram ameríndios, africanos escravizados, e seus descendentes ao longo dos Mangais da costa desde os tempos pré-Colombianos. A discussão alega que as florestas de manguezais do Brasil não podem ser separadas da história dos povos tropicais que viveram e manejaram esse ecossistema desde os tempos antigos até o presente. Finalmente, o artigo conclui que um foco de pesquisa sobre moluscos sugere laços mais amplos com a história do Atlântico Sul