A obra Sôbolos rios que vão (2010), do romancista português António Lobo Antunes, traz como viés filosófico o tema da morte, mostrando que esta é uma realidade da qual ninguém escapará. Além do tom filosófico suscitado pelo tema, a dificuldade de fruição na leitura e aparente incompreensão da narrativa, foram a motivação que guiou o interesse em investigar os procedimentos adotados na linguagem, bem como as técnicas romanescas nela evidenciadas, posto que a obra esboroa os cânones literários até então estabelecidos. Por conta do elevado grau de experimentação com a linguagem, que não leva em conta a paragrafação, a pontuação, o emprego de iniciais maiúsculas, trama, narrador, tempo, espaço ou qualquer outro componente que integre as “receit...