A proposta de leitura de Morreste-me , de José Luís Peixoto, que segue será realizada a partir da minha condição de estrangeira em relação ao vínculo pai e filho. Dessa (im)possiblidade de chegar ao lugar do outro, o do filho, estabeleço o que chamo de costuras textuais, de modo a me aproximar da narrativa de luto do pai. Para ler esse relato de tom confessional, busco a noção de herança, segundo as considerações de Jacques Derrida, em entrevista para Elisabeth Roudinesco. Nessa perspectiva de filiação, elejo a Carta ao pai, de Kafka, para me acompanhar na tentativa de reunir os fragmentos textuais dessa perda. Nesse processo de escrita estrangeira, recorro também às contribuições de Julia Kristeva, em Sentido e contrassenso da revolta, no ...