O labirinto duplo em La escritura del dios: o mito e o tempo no conto de Jorge Luís Borges

One of the most expressive literary writer of Latin America in the twentieth century, Jorge Luís Borges offers to the reader of the short story La Escritura del Dios a labyrinthine writing that rescues myths and sacred elements, developed by a fictional thread caught between history and the fantastic. Supported by Ricardo Piglia's theory about the double character of short stories, this paper aims to analyze the short story La Escritura del dios, having as foundation the thesis that every short story tells two stories - one more on the surface of the text, and another more reclusive. We will observe the performance and fictionalization of the myths and history of Mayan civilization, operated by the Argentine writer, trying to trace the structural tournaments, while pointing out the trajectories of each “story” within the tale, pointing to signs of crossing and revelation between the stories. Thus, we affirm that the short story theory, emphasized in our work by Piglia, helps us to understand the narrative paths of the work, but we do not lose sight of the fact that Borges's work cheats the theoretical systematization by using, in particular, the potentiality sign of myth.Dono de uma das obras literárias mais expressivas da América Latina no século XX, Jorge Luís Borges exibe ao leitor do conto La escritura del dios uma escrita labiríntica que resgata mitos e elementos sagrados, desenvolvidos por um fio ficcional preso entre a história e o fantástico. Diante da teoria de Ricardo Piglia sobre o caráter duplo dos contos, este trabalho visa analisar o conto La escritura del dios, tendo como principal eixo teórico a tese de que todo conto conta duas histórias – uma mais à superfície do texto, e outra mais reclusa. Observaremos a atuação e a ficcionalização dos mitos e da história da civilização Maia, operadas pelo escritor argentino, tentando traçar seus torneios estruturais, ao mesmo tempo em que iremos apontar as trajetórias de cada “história” dentro do conto, apontando indícios de cruzamento e revelação entre as histórias. Assim, apontamos que a teoria do conto, balizada em nosso trabalho por Piglia, ajuda-nos a perceber os caminhos narrativos da obra, mas não perdemos de vista que o trabalho de Borges dribla a própria sistematização teórica ao usar, em especial, a potencialidade sígnica do mito