A inclusão em escolas com unidades de ensino estruturado : estudo de caso numa escola da Amareleja

Mestrado em Educação, Inclusão e Necessidades EspeciaisExame público realizado em 24 de Julho de 2012A escola inclusiva é uma escola onde todas as crianças são respeitadas e encorajadas a aprender. Deste modo, as unidades de ensino estruturado são um valioso recurso das escolas e agrupamentos de escolas para a inclusão dos alunos com perturbações do espetro do autismo. O ensino estruturado visa melhorar a qualidade de vida dos alunos com perturbações do espetro do autismo e fomentar a sua inclusão na escola e na sociedade. Assim, este estudo visa constatar como é efetuada a inclusão ao nível de sala de aula dos alunos que frequentam a unidade de ensino estruturado da Escola Básica Integrada de Amareleja. O presente estudo está organizado como um estudo de caso, tendo recorrido a uma metodologia qualitativa, para a sua concretização foram elaboradas grelhas de observação e guiões de entrevistas, cuja aplicação possibilitou compreender e descrever acontecimentos vividos na unidade de ensino estruturado e nas salas de aula desta escola. A participação e colaboração de duas docentes de educação especial, duas professoras titulares de turma, três técnicas especializadas e uma assistente operacional foram imprescindíveis para a realização desta investigação. Através deste estudo percebemos que dos quatro alunos que beneficiam da unidade de ensino estruturado, apenas um apresenta uma perturbação do espetro do autismo. Nesta unidade de ensino estruturado utiliza-se a metodologia TEACCH tendo como principal objetivo ajudar as crianças com perturbação do espetro do autismo a crescer e a trabalhar de forma autónoma, na escola e em casa. As técnicas e docente de educação especial que trabalham na unidade de ensino estruturado utilizam estratégias pedagógicas de acordo com a sua área específica, tendo em conta a problemática dos alunos. No entanto, nas salas de aula, as professoras titulares de turma e a docente de educação especial utilizam metodologias e estratégias adequadas às necessidades dos alunos. Contudo, os alunos que frequentam a unidade de ensino estruturado apenas permanecem algumas horas por dia, nas salas de aula. Em termos de articulação entre os profissionais da unidade de ensino estruturado e as professoras das salas de aulas, pode constatar-se que não existe nenhum dia específico para reuniões, no entanto, o contacto entre ambos é diário, sendo nas reuniões de avaliação que se conversa sobre a evolução dos alunos e do trabalho realizado. Verificamos que a colaboração entre a família e a escola é fundamental para o desenvolvimento global dos alunos com necessidades especiais de caráter permanente, em especial do aluno com perturbação do espetro do autismo. Através desta investigação podemos constatar que existe um longo caminho a percorrer em termos de inclusão escolar dos alunos da unidade de ensino estruturado nas salas de aula, uma vez que estes alunos permanecem muitas horas na unidade de ensino estruturado. Será necessário a formação especializada dos profissionais e professores sobre a perturbação do espetro do autismo, no sentido de desenvolverem nas salas de aula estratégias e atividades diversificadas e motivadoras. (Sílvia Marisa Paraíso Teodoro