Ética e Psicanálise: uma articulação Lacaniana

Essa pesquisa bibliográfica pretendeu compreender a articulação lacaniana sobre o conceito de ética em psicanálise tendo como principal referência O Seminário VII de Lacan – a ética da psicanálise (1959-1960/2008), promovendo assim, uma distinção entre a ética filosófica e psicanalítica. Logo, a problematização proposta procurou delimitar a seguinte questão: “o que é a ética na Psicanálise segundo Lacan?”. Partindo desse objeto de estudo, o seu objetivo geral almejou “compreender a articulação lacaniana sobre a ética na Psicanálise”, permeando assim, duas questões norteadoras: “como Lacan distinguiu a ética filosófica da ética psicanalítica, segundo a sua perspectiva pensada no Seminário VII?” e “qual a articulação possível de convergência e de divergência entre a ética filosófica e a ética Psicanalítica?”. Como resultado deste trabalho, construiu-se uma análise, que evidenciou, segundo Freud (1930/1960), que o mal estar da civilização é decorrente das proibições culturais e morais, bem como sua restrições, produzindo assim, o sentimento de culpa. Portanto, a ética da Psicanálise é uma tentativa terapêutica de lidar com essa questão conflituosa, colocando o sujeito frente à sua realidade inconsciente, inferindo a ele o dilema ético da responsabilidade face ao seu sintoma/neurose. Nesse sentido, a ética psicanalítica adquire um distanciamento da ética filosófica, uma ambivalência no campo da verdade absoluta e a verdade inconsciente. Portanto, Lacan alega que em Freud o fundamento da lei moral é derrubado e invertido, demarcando um componente elementar e estruturante: a lógica da castração