Levantamento fitossociológico de área natural e antrópica de uma vereda na Reserva do Panga, Uberlândia-MG

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)O presente estudo teve como objetivos determinar a profundidade do lençol freático em dois meses do ano, o perfil topográfico e comparar as características florísticas e fitossociológicas da área natural e antrópica da vereda situada na divisa da Reserva do Panga, com uma propriedade particular vizinha. Para o levantamento fitossociológico utilizou-se o método de linha, demarcando dois transectos transversais, um de 140 m e outro de 110 m, situados aproximadamente a 250 m do início da vereda. Um total de 67 espécies pertencentes a 20 famílias foram amostradas nos dois transectos. No transecto 1, dez espécies foram exclusivas da área antrópica e 27 da área natural. O transecto 2, apresentou 19 espécies na área natural e 16 na área alterada. As espécies Hyparrhenia bracteata e Poaceae 6, tiveram a maior freqüência e cobertura relativa nos dois transectos amostrados. H. bracteata apresentou 49,6 % da freqüência relativa e 58,9 % da cobertura relativa total do transecto 1, enquanto no transecto 2 apresentou 37 % da freqüência relativa e 56,9 % da cobertura relativa total. Poaceae 6 apresentou 29,3 % da freqüência relativa e 52 % da cobertura relativa total o transecto 1. No transecto 2 os resultados foram 27,6 % da freqüência relativa e 29 % da cobertura relativa total. A profundidade do lençol freático foi determinada em dois meses do ano (setembro / estação seca e março / estação chuvosa) e esta diminui da borda para o centro da vereda. Na borda da vereda, na área natural, as profundidades nos meses de março e setembro foram no transecto 1, respectivamente 2,4 m e 3,3 m e na área antrópica 0,12 m e 2,3 m. No transecto 2 estes valores foram 2,1 m e 3,4 m na borda da área natural e na área antrópica 0,5 m e 2,1 m. No transecto 1, o perfil topográfico da vereda apresentou uma concavidade mais suave que o transecto 2. Com desnível de 5 m na área natural e de 1,2 m na área antrópica em relação ao fundo da vereda. Enquanto no transecto 2, o desnível foi de 4,3 m para a área natural e de 4,8 m na área antrópica, apresentando uma conformação mais encaixada. Essas duas espécies apresentam grande importância na composição da vegetação da área estudada e contribuem expressivamente para a massa vegetal do estrato herbáceo estudado. As análises da massa viva e morta da vereda demonstraram que a matéria viva na área natural foi, em média, de 43,9 %, enquanto na área antrópica foi de 64,3 % para o transecto 1. No transecto 2 a média foi 41,1 % na área natural e de 50,4 % na área antrópica. Essa maior biomassa viva na área antrópica é devido a atividade do gado, que contribuiu para uma maior renovação de biomassa