A juventude e a(s) política(s): Desinstitucionalização e individualização

A relação que os jovens mantêm com o sistema democrático e, muito particularmente, com os modelos convencionais de participação política tem constituído uma das preocupações fundamentais associadas ao funcionamento e sustentabilidade intergeracional das democracias ocidentais. Frequentemente, a responsabilidade acaba por cair sobre os ombros da própria juventude, tendo por base critérios como a idade, a “irresponsabilidade” ou a “imaturidade”, uma explicação que tem vindo a ser repensada nos últimos anos, como resultado quer da crise de representação, quer das mudanças na condição juvenil. Seguindo uma linha de análise assente numa mútua responsabilização (dos jovens e das instituições políticas) procuramos avaliar em que medida a juventude portuguesa reflecte estas tendências e quais os principais motivos para o aparente desencantamento políticos dos jovens. Para tal, cruzámos três dimensões fundamentais – a mobilização política, a confiança e a participação – com o intuito de verificar em que medida as hipóteses teóricas mais recentes poderão contribuir para uma explicação sociologicamente mais sustentada da (escassa) relação que os jovens mantêm com a política e com o sistema democrático.Young people’s relation with the democratic system and, most especially, with conventional models for political participation has been one of the basic concerns associated to the functioning and intergenerational sustainability of Western democracies. Often, responsibility has ultimately been laid on the shoulders of young people themselves, with a basis on criteria such as age, ‘irresponsibility’ or ‘immaturity’, an explanation which has been subjected to rethinking over the past years, as a result both of the crisis in representation and of the changes among young people. Following a line of analysis grounded on allocating mutual responsibility (that of young people and of political institutions), I endeavour to assess the extent to which Portuguese young people reflect these trends and what the main motives are for young people’s seeming disenchantment with politics. To this end I crossed three basic dimensions – political mobilisation, trust and participation – with a view to ascertaining the extent to which more recent theoretical explanations may contribute to a sociologically more sustainable explanation for the (sparse) relation between young people and politics, and the democratic system.La relation maintenue par les jeunes avec le système démocratique et, très particulièrement, avec les modèles conventionnels de participation politique constitue une des préoccupations fondamentales associées au fonctionnement et à la sustentabilité intergénérationnelle des démocraties occidentales. Souvent, la responsabilité finit par tomber sur la jeunesse elle-même, à partir de critères comme l’âge, l’ “ irresponsabilité ” ou l’ “ immaturité ”, une explication qui, dans les dernières années, a été repensée, en résultat tant de la crise de représentation que des changements dans la condition des jeunes. L’article suit une ligne d’analyse basée sur la responsabilisation mutuelle (des jeunes et des institutions politiques), en essayant d’évaluer dans quelle mesure la jeunesse portugaise reflète ces tendances et quelles sont les causes principales de l’apparent désenchantement politique des jeunes. Pour ce faire, il combine trois dimensions fondamentales — la mobilisation politique, la confiance et la participation — ayant pour but de vérifier dans quelle mesure les hypothèses théoriques plus récentes pourront contribuer à une explication sociologiquement plus solide de la (mince) relation que les jeunes entretiennent avec la politique e le système démocratique