Monarquias ibéricas em perspectiva comparada

As monarquias imperiais ibéricas da época moderna têm sido objeto de um crescente interesse historiográfico. São inúmeros os estudos que assinalam a inserção global das redes dos dois impérios: as redes comerciais têm sido estudadas com bastante detalhe, e em articulação com estas, o tráfico de escravos, e, mais recentemente, as experiências sociais e culturais em contexto imperial têm adquirido saliência. Todavia, continuam a escassear os estudos que pensem ambas experiências comparativamente. Até que ponto é que as experiências imperiais ibéricas entre os séculos XVI e XVIII herdaram modelos político-administrativos que caracterizavam o mundo ibérico antes da expansão ultramarina? Em que medida é que estes modelos, ao serem transferidos e adaptados a diferentes contextos políticos, sociais e culturais, potenciaram novas soluções político-administrativas, algumas das quais, eventualmente, tiveram reverberações na cultura político-administrativa das metrópoles? Como é que as redes político-administrativas e respetivos agentes de poder se estruturaram e se reproduziram, o modo como estas articularam centros políticos e territórios imperiais, aproximando ou diferenciando uns e outros, constituindo, simultaneamente, as continuidades e singularidades entre metrópoles e territórios imperiais