Doit-on militer aux côtés des Indiens ? Récit du non-engagement d’une anthropologue sur le terrain

Faire du terrain en milieu militant indianiste peut s’avérer complexe voire problématique pour l’anthropologue, notamment dans un contexte de politiques multiculturelles où l’appartenance identitaire devient la base de droits spécifiques. Le discours anthropologique peut alors devenir une véritable ressource stratégique (Agier 1997, Albert 1997, Boyer 2010). Dans cet article, je reviendrai sur mon expérience ethnographique dans le Nord-Ouest argentin qui connait un processus d’ethnicisation de ses demandes territoriales depuis les années 1980. Je décrirai mes premiers terrains en 2000 et 2002 et les raisons qui m’ont progressivement poussée à refuser de m’engager aux côtés des militants. La prise de distance que j’ai alors opérée vis-à-vis de l’organisation indienne a eu pour effet de me mettre en porte-à-faux avec mes hôtes dont je me sentais pourtant solidaire. Je décrirai les conséquences que cela a eues sur mon enquête, sur la manière de mener des entretiens et sur la collecte des données en général.Fazer pesquisa de campo em um ambiente indigenista militante pode ser algo complexo ou mesmo problemático para o antropólogo, notadamente num contexto de políticas multiculturais em que a pertença identitária torna-se a base para direitos específicos. O discurso antropológico pode se mostrar, neste caso, um verdadeiro recurso estratégico (Agier 1997, Albert 1997, Boyer 2010). Neste artigo, volto à minha experiência etnográfica no Noroeste argentino que, desde os anos 1980, vive um processo de etnização de suas demandas territoriais. Descrevo minhas primeiras pesquisas de campo, em 2000 e 2002, e as razões que, progressivamente, me fizeram recusar a me comprometer com os militantes. Minha tomada de distância em relação à organização indígena colocou-me numa situação delicada junto àqueles que me recebiam, dos quais me sentia, porém, solidária. Descrevo as consequências que isto teve para a pesquisa, para a realização das entrevistas e, de modo geral, para a coleta de dados.Doing fieldwork in a politically active Indianist environment is difficult for anthropologists, especially in the context of multicultural policies through which land rights are based on cultural/ethnic identities. In these circumstances conventional anthropological discourse may become a veritable strategic resource (Agier 1997, Albert 1997, Boyer 2010). In this article I return to discuss my ethnographic experience in Northwest Argentina where a process of ethnicization and territorial demands arose after the 1980s. I describe my first fieldwork trips in 2000 and 2002 giving the reasons why I found myself gradually avoiding becoming politically engaged on the side of the activists. Keeping my distance from the Indian political organization put me in an awkward position vis-à-vis my hosts with whom I nevertheless sympathized. I describe the way my decision affected the way I conducted my interviews and carried out my fieldwork in general