Les rapports de classe dans les approches ethnographiques de la sociologie brésilienne

Ce texte discute l’apport d’enquêtes récentes sur les rapports de classe au Brésil. L’auteur fait le constat que les études ethnographiques sur le sujet sont rares en dépit de leur intérêt évident en termes de données et de perspectives d’analyse. Il le montre en se servant de textes consacrés aux étudiants pauvres à l’université, mais aussi en décrivant les pratiques de consommation populaires et les rapports de classe au sein d’établissements psychiatriques. Ces contributions montrent en particulier que les rapports de classe ne peuvent être devinés a priori puisqu’ils dépendent du contexte des interactions, des situations économiques et sociales locales et des représentations mutuelles des groupes en présence.Este texto discute a contribuição de pesquisas recentes sobre as relações de classe no Brasil. O autor constata que os estudos etnográficos sobre o assunto são raros, a despeito de seu interesse evidente em termos de dados e perspectivas analíticas. Isto é mostrado por meio da apresentação e discussão de trabalhos dedicados aos estudantes pobres na universidade, mas também através da descrição das práticas de consumo populares e das relações de classe no âmbito de instituições psiquiátricas. Tais pesquisas mostram que as relações de classe não podem ser estabelecidas a priori, uma vez que dependem do contexto das interações, das situações econômicas e sociais locais e das representações mútuas dos grupos envolvidos.This text discusses the contribution of recent studies about class relations in Brazil. In it, the author makes the point that ethnographic studies on this topic are rare, in spite of their obvious interest in terms of data and analytical perspectives. He shows this through a survey of texts about poor students at university, as well as by describing popular consumer practices and class relations within psychiatric establishments. These texts demonstrate in particular that class relations cannot be predicted a priori, since they depend upon the context of the interactions; economic, social and local situations; and mutual representations of the groups themselves