Question raciale, production culturelle et image démocratique du Brésil pendant la Seconde Guerre mondiale

Durant la Seconde Guerre mondiale, le régime de Getúlio Vargas a diffusé des messages apparemment paradoxaux sur la composition et les valeurs raciales du Brésil. D’un côté, il applaudissait à la mixité raciale légendaire du pays et à ses idéaux d’inclusion. D’un autre côté, il cachait les populations de couleur et exprimait le désir de « blanchir » la nation. En s’attachant aux projets culturels destinés au public états-unien, cet article souhaite montrer que l’expression conjointe de ces deux formes de nationalisme racial a permis au gouvernement Vargas de se faire accepter comme une démocratie engagée auprès des Alliés.Durante a Segunda Guerra Mundial o governo Vargas transmitiu mensagens aparentemente paradoxais sobre a composição e os valores raciais do Brasil. Por um lado, o Estado aplaudiu a miscigenação legendária do Brasil e declarou ideias antirracistas de inclusão. Por outro lado, o Estado Novo escondeu as populações de cor do país e exprimiu desejo de branqueamento. Focalizando-se nos projetos culturais dirigidos aos Estados Unidos, esse artigo argumenta que as duas formas de nacionalismo racial contribuíram com os esforços do governo Vargas em ser aceito como uma democracia ao lado dos Aliados.During World War II the Getúlio Vargas regime transmitted seemingly paradoxical messages about Brazil’s racial makeup and values. On the one hand the state lauded Brazil’s legendary multiracialism and articulated antiracist ideals of inclusion. On the other hand the Estado Novo hid Brazil’s populations of color and expressed the desire for the nation to attain whiteness. Focusing on its cultural work to the United States, this article argues that both forms of racial nationalism supported the Vargas regime’s efforts to be accepted as a democracy alongside the western Allies