Classes sociales, races et nation au Brésil

Aujourd’hui, les sciences sociales ne peuvent plus penser la formation des groupes comme le résultat de la mobilisation collective ou du développement de plusieurs champs théoriques indépendamment de leurs intersections avec plusieurs dimensions d’agency et de détermination structurelle. Dans cet article, je défends la thèse selon laquelle les interactions entre les processus de formation de classe et de race doivent être examinées dans leurs tensions avec le cadre plus général du processus de formation nationale. Je m’attache, particulièrement, à la façon dont, au Brésil, racialisation et formation de classes sont structurés par l’appartenance nationale qui, elle-même, se construit en relation avec un idéal particulier de classe sociale et de dénégation de races. À cette fin, j’utilise librement le concept de racialisation développé en sociologie par Michael Barton, ceux de formation de classes (Adam Przeworski) et de formation raciale (Omi & Winnant).Nas ciências sociais de hoje, tanto como resultado da mobilização coletiva, quanto do desenvolvimento de vários campos teóricos, não se pode pensar na formação de grupos independentemente de suas interseções com várias dimensões de agência e de determinação estrutural. A tese que desenvolvo nesse artigo é que as interações entre processos de formações de classe e raça devem ser examinadas em suas tensões com o quadro mais geral do processo de formação nacional. Concentro-me em como, no Brasil, os processos de racialização e de formação de classes estão informados pela pertença nacional, e como esta pertença é, ela mesma, construída em relação a um certo ideal de classes sociais e de denegação de raças. Opero para esse fim, de forma original, com os conceitos de racialização, desenvolvido na sociologia por Michael Barton, formação de classes (Adam Przeworski) e formação racial (Omi & Winnant).In modern social science, one cannot conceptualize of group formation as a result of collective mobilization or as the evolution of various theoretical fields without considering its intersections with different forms of agency and structural determinism. In this article, I argue that interactions between processes of class and race formation should be examined in relation to their tensions with the broader framework of national formation. I focus on how, in Brazil, the processes of racialization and class formation are informed by national belonging, and how this belonging is itself built in relation to a certain ideal of social class and denial of race. To this end, I deal in an original way with the concepts of racialization, developed in sociology by Michael Barton, class formation (Adam Przeworski) and racial formation (Omi & Winnant)