Contributos para uma metodologia de intervenção no património arquitectónico construído

A partir dos anos quarenta do século passado verifica-se a presença no panorama arquitectónico português, das estruturas edificadas de âmbito turístico: Pousadas. Presença relevante durante o Estado Novo, acrescidas de particular interesse por se verificar até aos dias de hoje um debruçar sobre o tema. Através desta continuidade e ao personificarem-se como espelho de diferentes épocas e governos, com toda a riqueza histórica que isso lhes aporta. Pode-se extrapolar parte da História da Arquitectura Portuguesa conhecendo estes 70 anos e deste modo apreender as metodologias de intervenção patrimonial adoptadas. Desde as adaptações dos anos 50, muitas vezes anónimas de edifícios existentes, realizadas após os “restauros” da DGEMN. Às adaptações dos anos 80 de edifícios de interesse patrimonial ou inseridos em centros históricos, aliadas a projectos de autor. A intervenção que marcou de forma irreversível o percurso das Pousadas, a adaptação efectuada por Fernando Távora ao Mosteiro de Santa Marinha da Costa. No início de século os propósitos divulgados para as Pousadas pela empresa detentora visavam “... localizações ímpares, projectos de arquitectura marcantes e de maior dimensão …” e aqui alerta-se para a importância que as Pousadas sempre desempenharam na recuperação e salvaguarda do património e poderão desempenhar. Ao invés a entidade responsável pelas Pousadas numa visão estreita sobre património, intervém ou adquire edifícios que pouco têm que ver com os propósitos iniciais da sua génese.