Pediatric Otitic Hydrocephalus associated with Otogenic Lateral Sinus Thrombosis in Acute Mastoiditis

Introduction: Acute mastoiditis may be associated with intracranial complications such as lateral sinus thrombosis. As a consequence, children may, exceptionally, develop otitic hydrocephalus, presented by symptoms and signs of elevated intracranial pressure. A high clinical suspicion is essential for an early diagnosis, in order to achieve the best clinical outcome. Case Report: A seven-year-old female patient, previously diagnosed with acute otitis media in the right ear, presented with a progressively increasing frontal headache, photophobia and diplopia. A head computed tomography revealed a right ear mastoiditis with lateral sinus thrombosis. Magnetic resonance angiography confirmed an ipsilateral transverse sinus, sigmoid sinus and internal jugular vein thrombosis. Neuro-ophthalmologic examination confirmed bilateral abducens nerve palsy and severe bilateral papilledema, following intracranial hypertension. The patient underwent prompt surgical treatment with myringotomy with transtympanic tube placement and mastoidectomy with perisinus empyema drainage, having started intravenous antibiotic therapy and anticoagulation. After diuretic therapy, systemic steroids and two lumbar punctures the patient had a complete recovery. Discussion: Otitic hydrocephalus is a rare but potentially fatal complication of otitis media. It is associated with cerebral venous thrombosis, therefore a multidisciplinary assessment, involving specialties such as neurology and ophthalmology is essential to evaluate ocular and neurologic symptoms. In the presence of intracranial hypertension, early treatment is critical to improve headache and prevent permanent vision loss.Introdução: A mastoidite aguda pode estar associada a complicações intracranianas como é o caso da trombose do seio lateral. Na sequência desta, excecionalmente, pode desenvolver-se um quadro de hidrocefalia otítica, manifestando-se por sinais e sintomas de hipertensão intracraniana. Um elevado grau de suspeição clínica é essencial para um diagnóstico precoce, de forma a melhorar o prognóstico destes doentes. Caso Clínico: Criança do sexo feminino, de 7 anos de idade, previamente diagnosticada com otite média aguda à direita e que inicia quadro de cefaleias frontais intensas, fotofobia e diplopia. A tomografia computorizada (TC) cerebral revelou otomastoidite com suspeita de trombose do seio lateral. Realizou Angio-Ressonância Magnética (Angio-RM) cerebral que confirmou a presença de trombose da porção distal do seio transverso, seio sigmóide e veia jugular interna. A observação por Oftalmologia e Neurologia Pediátrica confirmou paralisia bilateral do VI par craniano e papiledema bilateral, na sequência de hipertensão intracraniana. Foi submetida a miringotomia com colocação de tubo de ventilação transtimpânico e mastoidectomia simples com drenagem de empiema perisinusal, tendo iniciado antibioterapia endovenosa e hipocoagulação. Após terapêutica diurética, corticoterapia sistémica e duas punções lombares evacuadoras verificou-se uma boa evolução clínica, com recuperação completa. Discussão: A hidrocefalia otítica é uma complicação rara mas potencialmente fatal da otite média. Na presença de trombose venosa cerebral, é essencial uma avaliação multidisciplinar, envolvendo especialidades como Neurologia e Oftalmologia, de forma a avaliar a presença de sintomas oculares e/ou neurológicos. Na presença de hipertensão intracraniana, o tratamento precoce é fundamental para melhorar a cefaleia e prevenir perda de visão permanente