Mértola entre os séculos VI e III a.C.

Mértola localiza-se no Sudoeste Peninsular, na margem do Rio Guadiana onde os ciclos das marés e a navegação Norte/Sul terminam. Parece ser incontestável a correspondência de Mértola nas fontes clássicas com a designação de Mirtilis, que conta com diversas análises ao seu nome indicando na sua maioria uma associação à língua ibérica. Os 5 dados arqueológicos revelam uma ocupação do local de forma contínua desde o final do Bronze Final que podemco-existir com as cerâmicas de características orientalizantes a partir da 2ª metade do século VII a.C. Durante a 2ª metade do I milénio a.C. uma estrutura defensiva circunscreve um espaço de exploração directa bastante expressivo, mas a zona povoada no seu 3º quartel é mais limitada. Aqui o espólio arqueológico identificado engloba contentores ânforicos 4.2.2.5, 8.1.1.2., 8.2.1.1. e 12.; cerâmicas pintada em bandas, de engobe vermelho, cinzenta, manual com formas e decorações de influência mediterrânea, Áticas, tipo Koauss, do tipo «Cruz del Negro», contas de colar oculadas, entre outros. As características mediterrânicas do espólio indiciam transformações efectivas no substrato indígena, demonstrando uma estrutura comercial local baseada na produção de excedentes e o conhecimento de um território, com relações próximas a sítios «rurais», mas também a sítios «centrais» a Sul. A localização estratégica de Mértola, faz com que se torne num importante entreposto mercantil em permanente contacto com um vasto território interno, mas sobretudo com o litoral, explorando assim o seu potencial de plataforma comercial entre um conjunto polifacetado de realidades, resumidas entre o mundo litoral e o interior