Discutindo três modelos de representação visual de uma canção gravada

The aim of the paper is to discuss some methodological and theoretical perspectives in popular music studies and musical analysis, focussing on the relationship between the use of standard notation (transcription process) and three visual forms of representation (spectrogram, waveform, soundbox transcription). The methodological reflections are interrelated with the sound analysis with digital technologies concerning three case-studies of recorded songs from an Italian canzone d’autore production. The analysis explores the specific ways in which experimentation and manipulation practices occur on a micro-rhythmic level and in the spatial dimension, in connection with the evolution of recording and sound technologies. In the first and third part of the paper the focus is on instrumentation and sound sources in general and on the possibility to represent those aspects thanks to a visual representation of music which goes beyond the staff: what instruments sound like, how they work together, where they appear to be situated in the soundbox, including other aspects in the experience of listening to sound (like echo and reverberation) that enable the construction of sound space. The second part examines how specific decisions made during the recording sessions by musicians, engineers and producer have an impact on the micro-rhythmic discrepancies. The sound analysis and visual representations of specific musical details give the opportunity to discuss some aspects that relate to the description of grooves and micro-rhythmic discrepancies as a means to distinguish each work from the other and to convey a distinct authorial production identity.Este artigo tem por objetivo promover a discussão entre as perspetivas teóricas e metodológicas sobre análise musical e estudos de música popular, com especial enfoque na relação entre a notação convencional (processos de transcrição) e três formas de representação visual (espectrograma, forma de onda e transcrição em soundbox). As reflexões metodológicas decorrem da aplicação da análise do som usando tecnologias digitais, a três estudos de caso da produção italiana da canzone d’autore. A análise explora a forma especifica como a experimentação e a manipulação acontecem ao nível micro-rimico e da dimensão espacial, em conexão com o desenvolvimento das tecnologias do som e da gravação. A primeira e a terceira parte do artigo estão centradas na instrumentação e nas fontes sonoras em geral e na possibilidade de as retratar graças à representação visual da música para além da partitura: o modo como os instrumentos soam, como se articulam, como aparecem situados na soundbox, incluindo ainda aspetos da experiencia da escuta (como o eco ou a reverberação) que possibilitam a construção do espaço sonoro. A segunda parte examina o modo como, durante as sessões de gravação, as decisões específicas tomadas pelos músicos, engenheiros de som e produtores, têm impacto nas discrepâncias micro-rítmicas. A análise do som e a representação visual de detalhes musicais possibilitam a discussão de alguns aspetos relacionados com a descrição dosgrooves e das discrepâncias micro-ritmicas, como forma de distinguir uma obra de outra e de expressar uma identidade distintiva da produção autoral.El propósito de este artículo es discutir algunas perspectivas metodológicas y teóricas para el estudio de la música popular y el análisis musical. El énfasis está puesto en la relación entre el uso de la notación estándard (proceso de transcripción) y tres formas de representación visual (espectograma, forma de onda y transcripción en soundbox). Las reflexiones metodológicas se refieren al análisis del sonido con tecnologías digitales en tres casos de estudio relacionados con canciones grabadas de la producción italiana de la canzone d’autore. El análisis explora las formas específicas en las que las prácticas de experimentación y manipulación ocurren en el nivel microrrítmico y en la dimensión espacial, en conexión con la evolución de las tecnologías de la grabación y el sonido. En la primera y en la tercera parte del artículo el foco está colocado en la instrumentación y en los recursos sonoros en general, y en la posibilidad de representar esos aspectos gracias a la representación visual de la música que va más allá del pentagrama: cómo suenan los instrumentos, cómo funcionan juntos, dónde aparecen situados en el soundbox, y otros aspectos de la experiencia auditiva (como el eco y la reverberación) que posibilitan la construcción del espacio sonoro. La segunda parte examina cómo, durante las sesiones de grabación, las decisiones específicas tomadas por los músicos, ingenieros y el productor impactan sobre las discrepancias microrrítmicas. El análisis del sonido y las representaciones visuales de detalles musicales específicos brindan la oportunidad de discutir algunos aspectos relativos a la descripción de los grooves y a las discrepancias microrrítmicas, como una forma de distinguir una obra musical de otra y expresar una identidad distintiva de la producción autoral